ESCRAVISMO, ATÉ QUANDO?
Na época da escravidão, em nosso país, já exportávamos minérios e produtos agrícolas. Nada mudou. Se exportamos matéria-prima, até hoje, estamos gerando emprego lá fora e desemprego cá dentro do nosso território. Situação ideal seria exportarmos produtos manufaturados, pois que empregos seriam gerados aqui mesmo. Aí, vêm os governos pedindo palmas para a queda da inflação, elevação do PIB, redução da taxa Selic... Nada disso tem validade se o nível de desemprego continuar elevado. A inflação pode estar baseada na simples queda da demanda, isto é, se não há emprego, não há dinheiro circulante e, pra fechar o ciclo, as compras vão sendo adiadas.
E por que isso tem a ver com a escravidão?...
É que o nível de escravidão (dado social que não é medido) continua elevado como o desemprego. Um depende do outro. Um é proporcional ao outro. Se o nível de desemprego diminuir (não por meios artificiais, como é esperado com a adoção, muito breve, dos contratos intermitentes de trabalho), então teremos menos escravos no campo ou mesmo em nossas próprias casas.
Por enquanto, vou deixar que Machado de Assis clareie nosso entendimento, depois que meditei sobre um trecho do seu conto "Mariana", publicado em 1871 em o "Jornal das Famílias":
"Gentil mulatinha nascida e criada como filha da casa, e recebendo da minha mãe os mesmos afagos que ela dispensava às outras filhas. Não se sentava à mesa, nem vinha à sala em ocasião de visitas, eis a diferença; no mais era como se fosse pessoa livre".
Desde 13 de maio de 1888 (Abolição?da?Escravatura), somente em 2014 foi instituído o contrato de trabalho para as "gentis mulatinhas" (com 126 anos de atraso), agora ameaçado de desaparecimento ou de "substituição".
Em suma: enquanto vigorar em nosso país uma abominável aristocracia, baseada na propriedade e na hereditariedade, será vã qualquer tentativa de combate à escravidão, sub-repticiamente alimentada, até por nós mesmos, em nossos próprios lares.
E, claro, os dados econômicos midiáticos do país serão sempre falseados.
Conforme Joaquim Nabuco: "Não é só abolir a escravidão; importa arrancar as suas raízes". Quando um dia isso acontecer, seremos a maior potência econômica do planeta.
Na época da escravidão, em nosso país, já exportávamos minérios e produtos agrícolas. Nada mudou. Se exportamos matéria-prima, até hoje, estamos gerando emprego lá fora e desemprego cá dentro do nosso território. Situação ideal seria exportarmos produtos manufaturados, pois que empregos seriam gerados aqui mesmo. Aí, vêm os governos pedindo palmas para a queda da inflação, elevação do PIB, redução da taxa Selic... Nada disso tem validade se o nível de desemprego continuar elevado. A inflação pode estar baseada na simples queda da demanda, isto é, se não há emprego, não há dinheiro circulante e, pra fechar o ciclo, as compras vão sendo adiadas.
E por que isso tem a ver com a escravidão?...
É que o nível de escravidão (dado social que não é medido) continua elevado como o desemprego. Um depende do outro. Um é proporcional ao outro. Se o nível de desemprego diminuir (não por meios artificiais, como é esperado com a adoção, muito breve, dos contratos intermitentes de trabalho), então teremos menos escravos no campo ou mesmo em nossas próprias casas.
Por enquanto, vou deixar que Machado de Assis clareie nosso entendimento, depois que meditei sobre um trecho do seu conto "Mariana", publicado em 1871 em o "Jornal das Famílias":
"Gentil mulatinha nascida e criada como filha da casa, e recebendo da minha mãe os mesmos afagos que ela dispensava às outras filhas. Não se sentava à mesa, nem vinha à sala em ocasião de visitas, eis a diferença; no mais era como se fosse pessoa livre".
Desde 13 de maio de 1888 (Abolição?da?Escravatura), somente em 2014 foi instituído o contrato de trabalho para as "gentis mulatinhas" (com 126 anos de atraso), agora ameaçado de desaparecimento ou de "substituição".
Em suma: enquanto vigorar em nosso país uma abominável aristocracia, baseada na propriedade e na hereditariedade, será vã qualquer tentativa de combate à escravidão, sub-repticiamente alimentada, até por nós mesmos, em nossos próprios lares.
E, claro, os dados econômicos midiáticos do país serão sempre falseados.
Conforme Joaquim Nabuco: "Não é só abolir a escravidão; importa arrancar as suas raízes". Quando um dia isso acontecer, seremos a maior potência econômica do planeta.