Travei quando me abaixei para pegar a carteira que deixei cair no chão de uma lanchonete, na boca do caixa e com uma fila que não parava de crescer. Fiquei algum tempo tentando levantar o tronco que parecia pesar uma tonelada, as pessoas queriam ajudar, mas como puxar pelo braço sem me machucar? o ombro também não anda lá grande coisa, tiveram que esperar até eu conseguir me levantar sozinha.

Esta situação não é novidade, especialmente se abuso um pouquinho, desta vez a culpa foi do metrô que trancou os elevadores para deficientes, não havia nenhum funcionário disponível e precisei subir e descer muitos degraus. Na hora pensei na situação de um cadeirante, de um idoso, de uma mãe com o carrinho de bebê…

Me impressiona o quanto as pessoas podem ignorar uma pessoa com uma bengala parada em frente às cadeiras reservadas, se não fossem as mulheres, quanto orgulho!, teria feito toda a viagem em pé.
Uns fingem cochilar, outros mexem no celular, mas a grande maioria finge que somos invisíveis, no contexto atual, talvez sejamos.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 22/10/2017
Reeditado em 20/11/2017
Código do texto: T6150066
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