O LILÁS DOS JACARANDÁS
Pela janela, passam as estações do ano, carros, pessoas, noite e dia, as cores das árvores, os amarelos dos ipês, dos guapuruvus, o roxo dos ipês, o rosa das paineiras, o lilás dos jacarandás.
Os felinos descem e sobem pelos muros, mas rápidos quando avistam os pássaros, enfim passa a vida.
Neste mais de 10 anos, o lilás dos jacarandás foi esmaecendo, por conta das podas assassinas, que os mutilam, desequilibrando-os e assim basta uma ventania para desequilibrá-los e pô-los sobre casas e carros.
Gosto do lilás por várias razões, duas dela são pelos cabelos, um dos anos oitenta do século passado, quando as cucas de uvas eram alcançadas por cabelos lilases, num panifício em Rio Pardo, outro, de Esther Pillar Grossi, que exerceu o cargo de educadora, pela vida toda, que tinha como marca, cabelos coloridos variadamente, dentre as cores, de vez em quando lilases, se os cabelos dela chamavam-me atenção, já os métodos de ensino apregoados, não!
No passo que as podas e temporais derrubam as árvores, em pouco tempo nossas calçadas estarão carecas e então nos restará admirar o colorido das cabeças, desde que a visão das janelas estejam sobre elas.