Dramas & Tramas
Sou uma fã de carteirinha dos filmes e séries que falam de dramas humanos. A intrincada gama de relações e suas vertentes, causando mudanças e retalhando o ego ao máximo. Gosto sim e quando assisto me envolvo de tal forma, que chego às lagrimas com certas cenas marcantes, pois há situações que tocam e “fisgam” aquilo que de mais íntimo e pesaroso encontra-se na alma.
Esses dias assisti a um filme que na crítica é ridicularizado,o que para mim, já é um ponto a favor da película -, e, em cena pesada e tensa onde uma mãe tenta ver o filho (menor), que está sob a guarda do pai, pois a mãe tem um histórico um tanto duvidoso no que toca à saúde mental, se bem que nada que ela faça demonstre esta suposta agressividade, mas assim, se vendo proibida de ver o filho por medida judicial esta tenta encontra-lo e é expulsa pelo pai do menino, numa cena tensa e que me deixou em prantos.
Outro segmento que estou acompanhando é uma série televisiva (This is us), onde os membros de uma família tem seus caminhos interligados de forma inusitada e fortemente emocional, cada um deles, tentando de formas diversas conseguir lidar com conflitos prementes e muito espinhosos, acerca do contexto em que atuam.
Vale a pena, conferir, isto é para aqueles que não temem chorar ou ficar pensando e repensando sua vida, valores e medos, através de uma cadeia de acontecimentos que poderá ser casual ou determinada, depende da ótica em que se vê o mundo e sua contínua evolução.
Há quem diga que de drama a vida está cheia, concordo plenamente, mas faço um adendo, dramas temos aos borbotões, mas o que temos em demasia e nos causa vários tipos de sentimentos, desde ojeriza ao apático silêncio são as tramas. As tramas não se resumem somente em corriqueiros acordos no dia a dia, em núcleos familiares. As tramas se desenrolam a olhos vistos em nosso meio social (trabalho e relações com colegas), e mais ainda, no âmbito político, haja vista que vivemos em municípios e sabemos que há muitos conchavos para privilegiar este ou aquele empresário ou favorecer um determinado setor que alavanca e propicia certos ganhos a um grupo seja este político ou não.
No meio político o que mais vemos são tramas para livrar um ou outro de uma situação que no futuro venha a recair sobre os demais. (Veja exemplo última votação no Senado Federal – caso Aécio Neves), oras, sabemos que houve uma manobra fantástica daqueles que estão sendo alvos de investigação, para que o citado não fosse prejudicado e pudesse manter sua situação parlamentar, o que lhe confere privilégios. Na Câmara de Deputados, o cenário não é diferente, onde o mandatário se encontra mais uma vez na berlinda e através de dispositivos nada republicanos ou morais, faz uso de várias tramas para apoio e segue assim, sua empreitada, mediada por quase todos parlamentares, somente um ou outro, muito aleatoriamente, se opõe, e com dignidade, não apenas se pautando no próximo pleito ou interesses pessoais. Nestes contextos vale tudo desde o xingamento à retaliação e tudo regado a muitos discursos com apelos emocionais, narrativas prenhes de valorização da índole, tudo com um entusiasmo visceral, que se fossem emprestados a uma personagem de Daniel Day-Lewis, este certamente ganharia outro Oscar.
O que vemos diariamente extrapola todos os conceitos de drama, parece algo caricato e grotesco. São personagens não fictícios, e com muito empenho em suas apresentações midiáticas. Alguns gritam, esperneiam,vestem a máscara do mocinho, e pasmem, outros se esforçam e chegam às lágrimas. Tão comovente!
Enfim, por mais drama que se veja, parece que sempre há novos enredos, novos ardis, novos personagens e muitas, muitas outras tramas que ainda não vimos. Então, prepare-se, escolha o roteiro, sintonize as antenas, que a sessão apenas começou... haja lenço.