A ROTINA DE UM LAR - PAULO FOG
A ROTINA DE UM LAR - Ainda por volta dos finais de 80 e inicio de 90, eu ali a ajudar na limpeza da cozinha peça que iniciara a obra em material, tijolos, massa, cimento sendo que as outras 4 peças da frente são de madeira, aquela enorme cozinha que pegava a largura da casa, piso verde, água, sabão e eu ali a ajudar o meu pai na limpeza dali, minha irmã acabara de chegar e fora também me auxiliar, mamãe não estava no momento, com certeza trabalhando para fora, ajudando no orçamento, despesas.
Aquele pai sempre trabalhador, ás vezes ficava semanas sem tempo já que o oficio de pedreiro tem seus altos e baixos.
E vai vassoura, muita espuma e tiro a camiseta e caio no chão, fico a rolar naquele piso.
Mais água e logo ouve-se um barulho, minha irmã deixara cair o copo no chão, meu Deus, logo aquele todo cheio de desenhos que minha mãe tinha grande estima.
Ouço um som abafado e vou ao encontro, vejo o momento em que meu pai, aquele sr disfere o segundo tapa, entro na frente já aos gritos, ele sai, a minha irmã ali sem reação me olha.
- Por que irmã?
- Cale a boca.
- Não quero que sofra.
Ele retorna agora com a cinta.
- Não, não vai bater na minha irmã.
- Sai da frente.
Depois de um safanão eu caio, logo levanto segurando a perna daquele homem, alguns palavrões dirigidos a nós, ele sai, terminamos a limpeza e no quintal ouço algo inexplicável.
- Obrigado.
- Oi, você é minha irmã.
- De verdade obrigado.
- Por que deixa que ele seja tão ruim?
- Tenho meus motivos.
- Quer que eu conte para a mãe?
- Esqueça, esqueça tudo que viu aqui.
Hoje quero entender e por mais sujo que seja o que tenho na mente é a tristeza de uns dias ruins.
13102017 ----------------------------------------------.