Sob o viés do sofisma
As contradições e relatividades observadas nos comportamentos não permitem quase nunca chegar a conclusões definitivas sobre milhares de coisas. A corriqueira expressão “cada um tem a sua própria opinião” talvez seja aparentemente injusta, e de fato muitas vezes é, entretanto é possível que também seja a que mais se aproxima das possibilidades abertas ao livre pensar. Frustra sim, jamais saber que certo fato pode ser fabricado, aumentado, meia verdade, ou autêntico por ter que se considerar conclusões tão dispersas a respeito de coisas que naquele momento nos seja de fundamental importância, já que admitir que a nossa eventual sede de verdade venha a não ser tão crucial em outro momento. Por essas e outras razões não deixa de ser razoável desconfiar-se das certezas que muita gente tem a respeito de seja lá o que for. Evidentemente é desconfortável pensar assim, mas instiga a se perscrutar as bases menos emocionais ou eventualmente escusas de um sem numero de afirmações que nos vendem. Como se não bastasse ignorarmos a própria origem e o nosso papel nos planos do universo (se é que há algum) sequer sabemos o grau de veracidade das tantas informações que recebemos cotidianamente, sobretudo quando sabemos (isso sim) haver interesse de controle e de poder por parte de muitas das fontes onde são geradas. Além de serem questionáveis as tais afirmações ainda temos que lidar com o subliminar. Essa estratégia aumenta em muito a dificuldade porque desvia a atenção das verdadeiras intenções com um fio condutor real cheio de ênfases, mas menos importante do que o fragmento letal contido no conjunto da informação. Imaginemos por hipótese que certo meio de comunicação teve a verba de propaganda governamental reduzida drasticamente e que esta mesma entidade goze de prestigio junto ao seu público. Evidentemente contrariada com a restrição no que lhe é boa fatia de sustento ela poderia lançar mão em suas matérias de investigação e divulgação dos aspectos negativos de decisões do governo, porém atendo-se ao assunto consequência da decisão e não diretamente ao governo. Isso gerará certa revolta em quem não simpatiza com o assunto e alertará quem nem havia pensado no caso antes. Esta é uma forma de se vingar do emagrecimento de um contrato que o publico sequer sabia que existia. Esse tipo de “vingança” atinge em cheio ao gestor que precisará em algum momento da anuência popular, ainda que de forma indireta, através de seus “representantes” no parlamento independente do quanto já possa estar desgastado. Trazendo esse tipo de atitude para o âmbito das relações sociais obteríamos uma rede complexa e intrincada de jogos de interesses que temos que jogar para viver e que parece havermos nos acostumados a ponto de os realizarmos automaticamente e blefarmos inconscientemente apesar de discordar formalmente dessas coisas. Em nenhum momento se justifica sermos hipócritas, porém a hipocrisia é uma condição da sobrevivência social que, em doses exageradas, mata a sociedade como um anticorpo ao se multiplicar desmedidamente o faria à criatura que o mantém. Diante de tamanho emaranhado de versões para os mesmo fatos quaisquer conclusões carecem reflexão. A opção de não pensar a respeito de política, por exemplo, não exclui o ausente de sofrer as consequências da sociedade à qual está integrado. Em outras palavras o “eu era infeliz e não sabia” não fará menos infeliz por saber, já que o infeliz é o mesmo sujeito.
As contradições e relatividades observadas nos comportamentos não permitem quase nunca chegar a conclusões definitivas sobre milhares de coisas. A corriqueira expressão “cada um tem a sua própria opinião” talvez seja aparentemente injusta, e de fato muitas vezes é, entretanto é possível que também seja a que mais se aproxima das possibilidades abertas ao livre pensar. Frustra sim, jamais saber que certo fato pode ser fabricado, aumentado, meia verdade, ou autêntico por ter que se considerar conclusões tão dispersas a respeito de coisas que naquele momento nos seja de fundamental importância, já que admitir que a nossa eventual sede de verdade venha a não ser tão crucial em outro momento. Por essas e outras razões não deixa de ser razoável desconfiar-se das certezas que muita gente tem a respeito de seja lá o que for. Evidentemente é desconfortável pensar assim, mas instiga a se perscrutar as bases menos emocionais ou eventualmente escusas de um sem numero de afirmações que nos vendem. Como se não bastasse ignorarmos a própria origem e o nosso papel nos planos do universo (se é que há algum) sequer sabemos o grau de veracidade das tantas informações que recebemos cotidianamente, sobretudo quando sabemos (isso sim) haver interesse de controle e de poder por parte de muitas das fontes onde são geradas. Além de serem questionáveis as tais afirmações ainda temos que lidar com o subliminar. Essa estratégia aumenta em muito a dificuldade porque desvia a atenção das verdadeiras intenções com um fio condutor real cheio de ênfases, mas menos importante do que o fragmento letal contido no conjunto da informação. Imaginemos por hipótese que certo meio de comunicação teve a verba de propaganda governamental reduzida drasticamente e que esta mesma entidade goze de prestigio junto ao seu público. Evidentemente contrariada com a restrição no que lhe é boa fatia de sustento ela poderia lançar mão em suas matérias de investigação e divulgação dos aspectos negativos de decisões do governo, porém atendo-se ao assunto consequência da decisão e não diretamente ao governo. Isso gerará certa revolta em quem não simpatiza com o assunto e alertará quem nem havia pensado no caso antes. Esta é uma forma de se vingar do emagrecimento de um contrato que o publico sequer sabia que existia. Esse tipo de “vingança” atinge em cheio ao gestor que precisará em algum momento da anuência popular, ainda que de forma indireta, através de seus “representantes” no parlamento independente do quanto já possa estar desgastado. Trazendo esse tipo de atitude para o âmbito das relações sociais obteríamos uma rede complexa e intrincada de jogos de interesses que temos que jogar para viver e que parece havermos nos acostumados a ponto de os realizarmos automaticamente e blefarmos inconscientemente apesar de discordar formalmente dessas coisas. Em nenhum momento se justifica sermos hipócritas, porém a hipocrisia é uma condição da sobrevivência social que, em doses exageradas, mata a sociedade como um anticorpo ao se multiplicar desmedidamente o faria à criatura que o mantém. Diante de tamanho emaranhado de versões para os mesmo fatos quaisquer conclusões carecem reflexão. A opção de não pensar a respeito de política, por exemplo, não exclui o ausente de sofrer as consequências da sociedade à qual está integrado. Em outras palavras o “eu era infeliz e não sabia” não fará menos infeliz por saber, já que o infeliz é o mesmo sujeito.