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Hoje eu estava muito cansada, mais do que de costume. Ao sair do trabalho, já era quase cinco, ansiosa para ir embora, decidi que iria me exercitar, pois se colocasse os pés na porta do meu queridíssimo lar, com certeza não voltaria a sair. Quase fiz meu coração explodir de tanta energia usada. Estava tudo caminhando como o previsto, eu saí dali com o intuito de ir direto para casa, tomar um banho. Pisei na calçada, dei uns sete ou oito passos, na decida árdua para quem sobe, tudo se transformou. (explosão) Um homem. Juro que já o vi outras vezes, lembro-me vagamente. Mas um homem de pernas finas, óculos, poucos movimentos, ou nenhum, subia lentamente a minha descida comum com um ar de simplicidade e gratidão por ter uma cadeira de rodas motorizada. Pois com ela fica mais fácil subir a avenida junto aos carros, mesmo que estes não tenham muita paciência. Parei. Pensei no que eu faço da minha vida e o que poderia fazer pelos outros, por quem precisa da minha compaixão mais do que eu mesma. Olhei para trás e senti que não sou nada. Todo mundo se resume a nada. Ninguém dá valor ao que tem. Eu mesma, quantas vezes tive uma epifania e tudo voltou a ser como antes. O ser humano é assim. Retrógrado. O importante é sempre melhorar, não deixar as coisas voltarem a ser como no início. O desafio da vida é continuar a nadar...