Mensagens que edificam - 318

A deformação do óbvio sob pretexto de inclusão no contexto de uma adaptação à conceitos atualizados de valores, deturpam princípios que há muito norteiam gerações compromissadas com o bom senso. É perceptível à distância uma intenção obscura da inversão de princípios éticos que compõem sociedades sérias, mesmo no mundo contemporâneo.

É, no mínimo, muito estranho esta preocupação exacerbada em alterar uma cadeia comportamental em troca de novas manifestações que fogem a naturalidade. Se para quem sabe ler, um pingo é letra, também é importante interpretar que em todas as épocas houveram anomalias que fizeram parte de tantas sociedades que, no entanto sempre souberam que para compor uma porta é necessário chave e fechadura; que nas engrenagens faz-se necessário porca e parafuso para que se consiga o aperto.

A deformação do óbvio vem num momento em que com todos os avanços tecnológicos, querem incluir também o ser humano num pacote de transformações e alterações que tendem a querer fazer prevalecer que tudo é normal.

Devo admitir que todos somos dotados de particulares atitudes que merecem respeito, mas isto não permite que imposições sejam feitas no aspecto da coletividade. Preferências pessoais precisam sempre de um tratamento individual sem atribuir à esta questão uma dívida com a disseminação de uma ideia que desafia e confronta com a maioria absoluta.

A vida segue o seu curso, desde que esta compreenda a necessidade de que para o rio é necessário um leito, e qualquer coisa que fuja o princípio do côncavo e do convexo poderá significar o travamento de uma máquina produtiva e a extinção de um projeto chamado "seres humanos". Para a continuação do plano de deturpação do óbvio serão necessárias milhares de chocadeiras.