Da amizade ao auto conhecimento
Por Luiz A G Rodas
Volta e meia, entre a insônia e os pesadelos, somos apanhados pela desconcertante pergunta: Estamos, realmente, fazendo o melhor com o que está ao nosso alcance?
É uma indagação pertinente de quem busca entender os mecanismos que regem a vida.
Conduzindo do geral para o particular, logo cedo, identifiquei como reais obstáculos na minha dura caminhada, os meus medos, remorsos, recalques e superstições.
Apesar da solidificada fé, tenho tantos "guardados" lembrados, doloridos e arquivados fatos no íntimo do meu coração!
Exponho a quem amo, de peito aberto, a vida marcada e, infelizmente relembrada, pelos desalentos e desilusões.
Quem me dera faxinar, reciclar, não guardar idéias desnecessárias e inúteis, tão inibidoras da minha felicidade.
Um amor terreno; uma afinidade espiritual, nos permite o abrir providencial dos olhos da realidade. É a amplidão de novos horizontes, de neófitos desafios a nos lembrar de que somos herdeiros do universo e, nos alertando que a perfeição será uma conseqüência natural dos nossos atos, segundo nos alertou, em outras palavras, o Mestre Jesus.
E até reforçou que através da verdade seremos libertados.
Reconhecendo a absoluta verdade divina, passamos a estabelecer uma humilde analogia com as nossas discretas virtudes e progressos morais ao longo desses anos vividos.
O conflito entre os velhos costumes do bem estar geral e a aceitação dos novos hábitos para o engrandecimento da minh'alma, evidenciam um aliviante sentimento desmaterializado.
Em um tempo não cronologicamente seguido por nós, o meu espírito intelecto-moral, amadureceu ou envelheceu, como queiram, em uma estupenda progressão geométrica de ação, emoção, dedicação e oferta, tão improporcionais à minha palavra, aos meus propósitos vitais.
Como bom sonhador, ao fechar os olhos, a vida me parece um fértil jardim de solo doméstico, cuidadosamente adubado pelo afeto, regado pelo carinho diário, semeado pela confiante cumplicidade, florido pela perfumada ternura e, consequentemente, colhidos doces frutos do amor.
São palavras bonitas mas um tanto quanto foras de moda, ao considerarmos os padrões atuais. Diriam os mais jovens: viajou na maionese! Kkkkk. É uma tarefa inglória aceitar os desmandos rotineiros.
Não, não aceito ser uma ovelha perdida. Luto, resisto e busco o fortalecimento do cérebro para prevenir o empobrecimento do meu espírito.
Pode parecer tarde demais para lamentar a desatenção à proposta de felicidade trazida por Jesus. Muito me custou o não entendimento.
Sofro diante da lacuna de uma crença cega que me levou às grandes decepções e desilusões.
Por não ter, na adolescência, o lúcido conhecimento, rompi o tênue limite da felicidade para o sofrimento.
Tento me enganar e superar tudo através do imenso desafio entre a realidade e os sonhos.
Reconheço que a amizade espiritual é um clareamento das virtudes angelicais adormecidas no meu íntimo.
Por mais desesperado, posso assegurar que jamais me pareceu boa opção, deixar de concluir minha jornada.
Pelas minhas provações, acredito estar, ainda, nos primeiros passos do alevantamento da vida.
Alegremente, alguém me diz que um valioso tesouro de luz e paz me aguardam no porvir.