SOBRE DISTRAÇÕES

Quero falar pra vocês sobre DISTRAÇÃO. A distração está na raiz de todos os males e nós buscamos por ela a todo momento. Mesmo sabendo sabendo que podemos até perder a vida se estivermos muito distraídos, desejamos um tempo para "desligar" das preocupações.

Pensem no goleiro na hora de defender o pênalti. Ele está atento, concentrado acredita que está pronto para fazer a defesa que vai levar seu time à vitória. No entanto, ele não pratica durante todo o jogo o mesmo nível de atenção por muitas razões. Durante o jogo acontecem muitas coisas no campo que exigem concentração continuada. Atenção continuada é uma coisa que cansa muito a cabeça da gente, não é verdade? Se uma falta é cometida e o jogo pára em torno de uma confusão isso é oportunidade para distrair a cabeça nem que seja por um instante. A torcida se manifesta eufórica e essa alegria desmedida pode contagiar o goleiro de uma forma que ele se distraia da sua real capacidade de enfrentamento na hora do gol. O sorriso de uma jovem linda que aparece no telão de alta resolução também pode distrair a atenção do goleiro num átimo de segundo. É só um instante, mas um instante (que na duração da imagem captada na mente) gera um filme colando a imagem da moça bonita sentada na arquibancada às recordações, às sensações e à memória afetiva que aquele sorriso em especial naquele momento de tensão gerou. Recordações, sensações, memória afetiva... e aí temos: um goleiro distraído em pleno jogo.

E quais as consequências da distração? Distrair nossa mente, descansá-la de alguma coisa, é necessário. É um prazer quando a alma está sóbria o suficiente para discernir que jogo se joga, as regras do jogo e as consequências das escolhas tomadas enquanto se joga. Estar distraído é como deixar a porta da nossa casa aberta durante o tempo que estamos de viagem, eventualmente um ladrão pode se aproveitar e invadir roubando de nós o que julgávamos ser mais valioso. Assim é que pensamos a distração: um risco que se corre em viver. Nem sempre estamos preparados, nem sempre é conveniente.

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Baltazar