A FOSSA E SUAS PROEZAS DE PAULO FOG

E A FOSSA E SUAS PROEZAS - Devia ter uns 13 ou 14 anos, já sei que vão falar nossa, que cara estranho, mais vai ai.

Bem ja morava na rua Rio Branco, Vila Maria, residia com meu pai e Deus.

Minha mãe havia se instalado ha 1 quadra e meia dali e assim vivia sua vida, ali onde eu estava de inicio me sentia bem, pois não tinhamos quase nada, cama, fogão, cadeiras velhas, mesa de madeira e alguns utensílios, meu pai comprara um guarda roupas por um preço de banana, praticamente uma semi doação, fato foi que teve de desembolsar mais algum para comprar um maderite e deste reformar a porta do seu guarda.

Não existia luz em casa, então corria do trabalho para casa e ja ia preparando a janta com os ultimos raios de luz divina.

Minha irmã após um tempo trouxe para meu pai um rádio bem pequeno made in Paraguay, cara eu ficava louco com aquele rádio a pilha, dançando as músicas da FM Jovem Som de Venceslau em meio a um pelotão de bananeiras que meu pai plantara naquele enorme quintal.

A casa, uma hedícula era de 2 peças, quarto, cozinha e 1 banheiro, ao lado da porta de entrada e única ali 1 tanque de lavar de roupas onde eu fazia minhas proezas na limpeza das vestes nossas, antes este fora colocado em cima de uns grandes blocos de cimento a beira da cova de banana, não deu outra, o bixiguento do tanque em uma noite onde já havia luz elétrica foi ao chão devido o desgaste do solo provocado pelo jato de água que escorria quando este era evacuado.

Quase cai de fuça na bananeira, mais não foi só isso, uma certa noite um valioso sr, que sempre esteve a ajudar ao meu pai e por que não dizer, lhe ensinou o oficio de pedreiro nos canteiros de obras por onde eles passaram chegou em casa, como fazia religiosamente para assistir o jornal, não importava qual mais tinha de ser jornal. Toda noite.

Já sei vocês vão me perguntar e aos domingos?

Ele era adepto e frequentava alguns cultos religiosos e assim o ia com sua esposa para o lugar de busca de refrigério para almas. Assim o dizia.

Voltando ao acontecido, de longe ele me perguntou por meu pai, que naquele momento havia ido até uma venda há 2 quadras dali contando com as esquinas que dobrara.

Amante de um gole de cachaça e de um vinho para restabelecer a sua saúde lá estava meu pai que nunca se esquecia de me trazer a mistura e ás vezes algum doce e refrigerante.

O sr disse que não havia problemas e que eu ligasse a tv para ele assistir ao jornal, lá vai eu ligar a velha Colorado branco e preto, nisso estava a chover, ligo a mesma e estranho o fato do bom velho amigo ainda não ter chego, ouço um grito e mais palavrões.

O que houve - saio para fora, meu grande sr ali esbabacado pois passara bem junto a fossa que ele ajudou a mente mais que esperta de meu pai porém muito mão de vaca que colocou tijolos de 8 furos e ainda de terceira classe para o sustento da mesma, a grande obra de engenharia não deu outra, bananeiras, chuva, terra encharcada, fossa desaba, um sr que jurava ter nascido de novo, um pai que viera feliz da venda já pelos goles de vinho e eu a rir do acontecido.

05102017 ------------------------------------------.

paulo fogaça
Enviado por paulo fogaça em 08/10/2017
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