Fada Cacá e seus sete anões.

Como se fosse hoje, ouço o ladrar de Toquinho, avisando que fada Cacá dormira e assim seresteiros podiam se aproximar, fazendo chover estrelas de amor no peito das quatro donzelas anãs.

Luzes piscavam como vaga-lumes nas janelas dos quartos, num ritual bastante usado e ousado da época.

Ao longe, a mistura do ressonar da fada Cacá e dos três anões, da música evolando entre odores tantos, Toquinho emudecido, só a vida e mais nada... mais nada haveria de se querer pois aquilo era tudo o que desejara.

O tempo passou, fada Cacá morreu deixando órfãos seus sete anões...caminhão matou Toquinho e mais tempo, muito mais tempo passou, os anões casaram e mudaram.

As rédeas da vida nas mãos, leve coração, agradeço todos os dias por escrever histórias 'de mim' sem rancor e de queixo caído por tanta raridade, sou única, isso é chique demais não é mesmo poeta?

Filha de fada Cacá, sigo.

Sempre acreditei que o outro é meu reflexo; não posso sequer enxergar minha face, portanto o outro, você, é mais importante.

Agora que sei que sou dona de tudo, tudinho que há, nada mais preciso.

Arana

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 08/10/2017
Reeditado em 10/10/2017
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