Mensagens que edificam - 316

Um pouco de insanidade é o que por vezes nos falta para admitirmos o quanto nos utilizamos de muletas para justificar nosso receio pelo desconhecido. Há sempre um forte apelo para o subjetivo travestido de fé e crença em coisas que nos ensinaram sob forte ameaça a jamais questionarmos, mas simplesmente aceitarmos. O insondável é também inquestionável. Não há espaço para uma discussão onde erros e fracassos possam justificar a injustiça. Há uma soberania que sobrepõe qualquer princípio de correlação e harmonia, e assim se descortina toda a blasfêmia da tirania.

Esqueça o discurso, que mude o curso e tudo que foi falado seja apregoado como fundamentos que fogem a compreensão humana. Somos meros mortais, pecadores, erramos o alvo, não somos merecedores e tudo que nos sobrevém é obra da inefável graça (ou não seria desgraça?). Quanto favor imerecido, em julgamentos que extrapolam o jugo e nos condenam como ratos de laboratório, ensaios, tubos.

Narrativas de um amor imensurável, afogamentos, apedrejamentos, imolações, estupros recomendados, furtos planejados, invasões, tomadas brutais de propriedades alheias, escravisamentos, castrações, mutilações, espraguejamentos, pestilências, condenações e mais uma carrada de agouros para quem não concordar e murmurar.

Salve o bom senso onde o consenso é se fazer de cego, mesmo que enxergar.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 06/10/2017
Reeditado em 06/10/2017
Código do texto: T6135158
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