Pessegueiros
Dezembro se aproxima e as bancadas de pêssego extemporâneos nas mercearias aparecem. Coisas dos agronegócios.
Uns preferem a fruta pura, outros o doce em calda e bem poucos, talvez, em barra. Seja como for é uma fruta bonita, saborosa e muito apreciada.
Uma parede pintada na cor pêssego descansa os olhos e já foi moda.
Os ares de dezembro se aproximam e vai regando pensamentos. Pensa-se na beleza da flor entre o rosa e a cor do salmão. A beleza da flor se ressalta ainda mais contrastando o rosa menina com o cinza esverdeado dos caules do pessegueiro. A menina rosa da flor se contrapõe com o cinza úmido destas áreas serranas. E de repente o rosa flor se ressalta no azul quente do verão. Finalmente é dezembro. E aí é não só veraneio suave na serra. É natal com doce de pêssego e até pêssego na farofa.
Aquela bancada de tantos pêssegos reportou-me ao pomar com tantos pessegueiros. Era tanto pêssego que colhidos enchia cestos e mais cestos. Para não perdê-los, resolveram que fariam doces: doces em calda para as festividades natalinas e em barra para adoçar o próximo ano que viria.
Na casa da tia Neli buscou receitas de como prepará-los. Ela ia explicando, a irmã anotando e o menino escutando para deixar a saudade que aparece em todo ano degustar aquelas lembranças. O coração saboreia passado através de aromas de cravos-da-índia, compoteiras de vidro e cristal e, agora, aquela banca na mercearia antecipando dezembros.
Ferventa toda pessegada com “salamoníaco” – dito assim mesmo conforme a brejeirice letrada em romances que a tia lia e suspirava – e depois tira o veludo do pêssego que sai junto com a casca. Passe a fruta cozida na peneira se quiser o doce em barra. Se em calda, não deixe cozinhar tanto. E assim estes modos artesanais de viver a vida foram sendo deixados à medida que os doces foram sendo consumidos. É bem mais fácil adquirir as latadas de doce nos supermercados e bem mais difícil haver estas histórias familiares, que nos servem como referências, para serem contadas. Será que por isto há tanta violência na sociedade hoje?
A memória é como o pêssego: aveludada que suscita tanto carinho, rosa-salmão que faz acordar pessoas queridas dentro da gente e doce que nos faz acolher momentos assim diante de uma simples bancada de fruta em uma mercearia em um cálido domingo de manhã.
Ah, aqueles pessegueiro do pomar da infância! Eles renderam muitos doces e histórias para contar.
Dezembro se aproxima e as bancadas de pêssego extemporâneos nas mercearias aparecem. Coisas dos agronegócios.
Uns preferem a fruta pura, outros o doce em calda e bem poucos, talvez, em barra. Seja como for é uma fruta bonita, saborosa e muito apreciada.
Uma parede pintada na cor pêssego descansa os olhos e já foi moda.
Os ares de dezembro se aproximam e vai regando pensamentos. Pensa-se na beleza da flor entre o rosa e a cor do salmão. A beleza da flor se ressalta ainda mais contrastando o rosa menina com o cinza esverdeado dos caules do pessegueiro. A menina rosa da flor se contrapõe com o cinza úmido destas áreas serranas. E de repente o rosa flor se ressalta no azul quente do verão. Finalmente é dezembro. E aí é não só veraneio suave na serra. É natal com doce de pêssego e até pêssego na farofa.
Aquela bancada de tantos pêssegos reportou-me ao pomar com tantos pessegueiros. Era tanto pêssego que colhidos enchia cestos e mais cestos. Para não perdê-los, resolveram que fariam doces: doces em calda para as festividades natalinas e em barra para adoçar o próximo ano que viria.
Na casa da tia Neli buscou receitas de como prepará-los. Ela ia explicando, a irmã anotando e o menino escutando para deixar a saudade que aparece em todo ano degustar aquelas lembranças. O coração saboreia passado através de aromas de cravos-da-índia, compoteiras de vidro e cristal e, agora, aquela banca na mercearia antecipando dezembros.
Ferventa toda pessegada com “salamoníaco” – dito assim mesmo conforme a brejeirice letrada em romances que a tia lia e suspirava – e depois tira o veludo do pêssego que sai junto com a casca. Passe a fruta cozida na peneira se quiser o doce em barra. Se em calda, não deixe cozinhar tanto. E assim estes modos artesanais de viver a vida foram sendo deixados à medida que os doces foram sendo consumidos. É bem mais fácil adquirir as latadas de doce nos supermercados e bem mais difícil haver estas histórias familiares, que nos servem como referências, para serem contadas. Será que por isto há tanta violência na sociedade hoje?
A memória é como o pêssego: aveludada que suscita tanto carinho, rosa-salmão que faz acordar pessoas queridas dentro da gente e doce que nos faz acolher momentos assim diante de uma simples bancada de fruta em uma mercearia em um cálido domingo de manhã.
Ah, aqueles pessegueiro do pomar da infância! Eles renderam muitos doces e histórias para contar.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 06/10/2017.
_ POETAR_
https://www.facebook.com/PoetarPoesiaArte/
http://www.leonardolisboa.recantodasletras.com.br/
#poetarfacebook #leonardolisboarecantodasletras
https://www.facebook.com/PoetarPoesiaArte/
http://www.leonardolisboa.recantodasletras.com.br/
#poetarfacebook #leonardolisboarecantodasletras
ESCREVA PARA O AUTOR:
conversandocomoautor@gmail.com