Primeira semana do Programa de 5 semanas de Mindfulness Neurocognitivo, as dores estão variando de média/intensa enquanto aguardo a liberação da medicação tento controlar a ansiedade e não criar falsas expectativas.
A dor gera um medo que poucos compreendem, não é que eu não queira me movimentar, eu apenas sinto medo de sair do meu ninho de travesseiros, bolsa de água quente e cobertas. É neste mundinho de aconchego que meu corpo vai se encolhendo e consequentemente atrofiando, travando e piorando.
Quando fiz o primeiro exercício do programa fui bem orientada por meu instrutor a não forçar nada, tentar e sentir as possibilidades, dar continuidade aos exercícios em casa podendo entrar em contato sempre que precisasse. Ter este suporte é encorajador e a gente se sente mais confiante e seguro.
Sábado acordei com muitas dificuldades, as articulações inchadas, doloridas, as mãos mais dormentes que o normal. A ansiedade e preocupação não estavam me deixando pensar com clareza,decidi fazer uma pausa antes de tomar qualquer decisão.
Iniciei uma prática de respiração, fui sentindo o corpo, a dor e comecei a identificar os pontos e intensidades. Tomei a medicação de sempre, bem devagar comecei o exercício que alia respiração e movimento, movendo o braço, flexionando o tronco, sentindo o chão na sola dos pés, testando os limites de forma consciente.
Enquanto praticava o remédio também agia, o corpo livre do casulo começou a reagir e a dor aos poucos diminuiu, fui me acalmando, os movimentos da mãos melhoraram e restou a dor de sempre. Com esta eu consigo lidar muito bem.
É importante esclarecer que estou praticando mindfulness há um ano, fiz o programa de 8 semanas com um instrutor que se especializou em dor crônica e tem experiência com pessoas com limitações. Sendo portanto qualificado a orientar pessoas com doenças crônicas dolorosas.
É muito animador sentir mente e corpo despertando em total sintonia.
Giselle N. Sato