Um contexto de algumas manias

Eu tenho manias estranhas quando estou lendo. Uma delas é que anoto frases, nomes, palavras, enfim. Mas eu não tenho um caderninho pra isso, embora passei acreditar que talvez devesse ter. Eu anoto tudo aleatoriamente em papeis soltos. Uma bonita confusão.

O primeiro livro que li foi “Onde estivestes de noite” – Clarice Lispector. Quem, por Deus, começa a ler com Clarice? Eu! E com 11 anos. Não entendi muito, confesso. Mas fiquei fascinada. Lembro de como me encantou aquela bagunça no cérebro. Fiz várias anotações no meu caderno de escola. Em tempos que possuir um livro era realidade distante, quis para mim aquele livro, mas o devolvi sem esperança de voltar a ler. Anos depois, uma amiga ouviu esse meu caso e me deu o que até hoje é dos presentes mais bonitos que ganhei. A leitura foi outra, obviamente.

Outra mania: ler o mesmo livro depois de um tempo. O sentido muda. Eu por exemplo, já rejeitei o pequeno príncipe por se deixar morrer só para voltar pra sua rosa, depois o amei por acreditar que por amor se faz muito. Se faz tudo. E torço para nunca chegar o momento em que eu vou deixar de ver naquele desenho, uma cobra que engoliu um elefante. Não quero a “adultização” da minha fantasia.

Enfim, acabei listando uns três que desejo ter na minha estante e espero que ainda esse ano: Ao Farol – Virgínia Woolf – sim, porque sim; Morangos Mofados – Caio Fernando Abreu, embora pesado, gostaria de conhecer a visão do autor na época solitária pós abertura política e o domínio da Industria Cultural nos jovens. E por fim, O Poder do Agora - Eckhart Tolle - apenas um pouco de niilismo para me tirar do lugar, se é que posso chamar esse livro de niilista, e me fazer repensar os outros dois.

Esse último, indicação do amor bandido que alimentei por mais tempo, desses que precisa ir mas que ta tão bom ficar. Ok, essa informação é tão desnecessária quanto intrigante. Sobre razão e emoção? Ahhh toda confusão é um pouco bonita.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 05/10/2017
Código do texto: T6133798
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