Na vida nem tudo são rosas
Engana-se quem pensa que faculdade é só cervejada, festas e rolês. O que a maior parte das pessoas não compreende é que esse período – é mais complicado do que parece.
Desde os 14 anos, não me lembro ao certo, mas por algum motivo eu queria cursar jornalismo. Concluí o ensino médio, esperei um ano e finalizei um cursinho de inglês, que já não tinha mais vontade de frequentar, mas terminei.
Quando seus pais dizem “guarda dinheiro para faculdade”, eles têm razão. Minha mãe sempre dizia para poupar dinheiro, mas sempre achei que daria tempo, mas me enganei.
Me matriculei na faculdade e no curso que eu sempre quis fazer afim de me tornar uma super jornalista. Nos primeiros meses foi tranquilo. O impacto maior foi apenas o de voltar tarde para casa e dormir mais tarde ainda.
As coisas começaram a ficar mais complicadas, quando, nos meus fins de semana, eu queria apenas descansar, dormir bem para recuperar o sono perdido da semana, e ainda sim, nunca era suficiente.
No período de provas, então, nem se fala. Fora, que antes das provas tem os trabalhos para serem entregues, além das apresentações para serem feitas, todas, incrivelmente na mesma semana.
Namoro, trabalho e a faculdade: uma explosão de estresse. Bom mesmo; é quem sabe equilibrar os três. Cobranças para cá, cobranças para lá. Uma pessoa só compreende sua situação; quando também passa por ela, quando isso não acontece, a corda arrebenta para o lado mais fraco, o lado de quem não apenas trabalha, mas trabalha e estuda.
A correria é tão grande que quando você percebe já está no final do terceiro semestre já indo para o quarto, e o que você mais deseja são as tão esperadas férias...
A estudante do ensino médio e de escola pública não imaginava que a vida de adulta seria tão complicada: manter notas razoáveis, entregar tudo no prazo, ser competente no trabalho, além de tentar ser uma boa namorada, uma boa filha, uma boa irmã, pagar suas próprias contas, quitar as mensalidades a todo o custo, além das rematrículas. Sem contar que a vontade, muitas vezes, é a de trancar o curso para pagar os boletos atrasados da faculdade e do cartão.
A estudante do ensino médio e de escola pública também não sabia que estar preparada financeiramente e psicologicamente seria bastante importante para dar início a essa nova etapa da vida. Hoje, no 6º semestre, os anseios continuam: aprender cada vez mais no estágio, sair com os amigos, ir à shows, praticar atividade física, descansar, ser uma boa amiga, continuar o inglês, fazer todos os trabalhos do semestre, dar início a minha pesquisa, por fim, finalizar o terceiro ano de curso. Dúvidas e mais dúvidas... Como fazer tantas coisas juntas?
A um ano para a conclusão, não sei... Ainda tem o TCC pela frente. Mas uma coisa é certa: essa universitária se tornou mais ética e consciente de que não é possível abraçar o mundo de uma só vez. O importante é sempre dar um passo de cada vez, afinal, tudo dará certo.