Um assunto polêmico - " Childfree".
O "Childfree" é um movimento americano que nasceu na década de 80, que fala basicamente sobre a intolerância a crianças, gente que não gosta de conviver socialmente com crianças, na maioria das vezes nem tem filhos.
Como tudo acaba tocando o Brasil, seja por osmose ou por importação, aqui nos vemos comentando este assunto , e desta vez sim, é realmente polêmico.
Vou deixar aqui o meu entendimento, e cada um que se posicione como bem entender, que terá todo o meu respeito, afinal o "Recanto" é um espaço reservado as manifestações democráticas.
Eu entendo , por exemplo, que o dono de um restaurante tenha o direito de não permitir entrada de crianças, o local é dele e pronto, o cliente que vá para outra parte. Existem restaurantes assim, com proposta de "piano " e meia-luz, próprio para os casais resolverem seus problemas, tomar um drinque depois de um dia cansativo, gente do "business" tratando de assuntos comerciais, outros se conhecendo e trocando as primeiras palavras, e realmente são lugares onde as crianças não cabem.
Gosto de crianças, sou bastante afável nesse sentido, tenho filhos e sei como precisam interagir, faz parte do crescimento social e etc...mas convenhamos : "É justo empurrar filhos bagunceiros a quem optou em não tê-los ? " . Isso parece tão injusto quanto poupá-los de conviver com seus pais em todos os ambientes.
O fato é o direito de cada um, que deve ser preservado a qualquer custo, e também a tolerância e o direito ao sossego, nada de criança correndo por entre as mesas, tropeçando na sua mesa, gritando ou berrando a todo o pulmão, afinal você está pagando e tem o direito a almoçar em paz, e se pagou cachê artístico, o direito a ouvir as canções e se divertir.
Os pais devem saber educar seus filhos para quando ocuparem um espaço social saibam respeitar o espaço alheio, e disso não abro mão ! Nossos filhos sempre foram bem educados, isso é fácil quando os pais tem boa vontade e impõe disciplina.
O meu irmão e sua esposa optaram em não ter filhos, e nunca tiveram, era a sua proposta de vida e isso tem que ser respeitado em todos os lugares, e não significa que não gostem de crianças, não, eles gostam, mas não quiseram ter e pronto. Vinham nos visitar e brincavam com os sobrinhos, mas entendo que nem sempre estavam dispostos.
O movimento nasceu de uma obra e uma ideia de quem não suporta crianças, e com o tempo foi se transformando em ações e posteriormente em reações conflitantes.
Não gostar ou tolerar é uma coisa, definir espaços e momentos é outro.
Crianças somos nós mesmos em tamanho reduzido, não aceitá-los é não aceitar-se também, é preciso equilíbrio e razão.