SANTOS E PRAGAS

Hoje pela segunda vez, em menos de um ano, fui atacado por um enxame de cupins que brotavam da base e apagadores da rede elétrica de minha residência.

Este fato, como já disse, é a segunda vez que acontece e sempre á noite e no mesmo local.

Milhares de cupins saem de dentro das bases e apagadores da mesma parede que divide o quarto da sala, e, exatamente dos locais onde costume ligar alguns eletro-eletrônicos. Esses insetos vão se espalhando por toda a parede, formando desenhos estranhos, que vão sendo delineados até ao teto, tanto do lado de dentro do quarto como do lado de fora, na da sala.

Não consegui explicação para tal fato, uma vez que não vejo nada que possa ter atraído este tipo de inseto em minha casa.

Hoje á tarde choveu e ainda continua chovendo, quando já são vinte e uma horas e trinta minutos.

Não sei se este fenômeno ocorreu devido á mudança de tempo.

O que sei, é que, com uma tochinha feita com tecido de algodão e álcool, eu os queimei da mesma forma que assim eu fiz na primeira vez que isso me aconteceu.

Hoje, porém, quando eu os queimava, lembrei-me de que certa vez, já a alguns longos anos, quando morávamos em Luz Minas Gerais, minha terra natal, fomos todos da casa, surpreendidos também á noite, provavelmente no mesmo horário, por um ataque de formigas lava-pés, que se espalharam por todo o piso da sala e da cozinha de nossa casa onde uma mesma parede dividia em dois cômodos, sala e cozinha.

Aquilo para nós foi muito surpreendente, pois jamais em nossas vidas, havíamos visto tantas formigas reunidas quanto naquela noite.

Com uma vassoura de pelos, eu as varria incessantemente para fora da casa, e quanto mais eu as varria, mais as formigas iam se multiplicando.

O piso da casa era feito de cimento inatado com vermelhão, como mandava a moda daqueles tempos, porém por aonde as formigas iam sendo varridas ou pisoteadas, o piso ia ficando todo manchado de branco.

Deduzi que as manchas, que iam aparecendo, fosse por causa de uma espécie de óleo, produzido pelos minúsculos corpos daquelas formigas.

Por morarmos em Luz, o santo protetor mais reivindicado daquela época, era o então saudoso Padre Parreiras, que apesar de não tê-lo conhecido, minha mãe e muitos outros habitantes dessa maravilhosa cidade, têm muita fé e devoção nos pedidos que fazem á Deus, por intermédio de sua intercessão.

Assim, lembro-me bem, que minha mãe um tanto quanto apavorada por ver tantas formigas, pediu-nos que rezássemos pela alma do padre Parreiras, para que esse nos socorresse por intermédio de sua intercessão á Deus, para que o problema fosse resolvido.

Fizemos o nosso pedido em oração e minutos depois já havíamos controlado aquela situação.

Hoje, porem tendo me mudado de cidade e estando residindo em Nova Serrana Minas Gerais, também mudou se o santo protetor, de Padre Parreiras para Padre Libério, pois esse, aqui, aparentemente tem muito mais devoto e é mais conhecido por toda a região do centro oeste mineiro.

Na citada noite em que fui atacado pelo enxame de cupins, não fiz nenhuma oração, nem para um, nem para outro santo, só me lembrei naquele momento, de ambos.

Assim, enquanto escrevo acredito que algum deles possa estar me assistindo de onde eles estiverem.

Contudo, meu caro leitor, não sei se você tem preferência por algum santo ou se foi atacado á noite por alguma praga inesperada.

O que posso lhe dizer é que, quando você se encontrar em uma situação semelhante á minha, certamente irá se lembrar deste texto, com ironia, crítica e zombaria, ou até mesmo, simplesmente, com fé em algum santo seu conhecido.

Caso você não conheça nenhum que possa vir a lhe prestar algum tipo de socorro, lembre se de que Deus estará lhe protegendo de todo tipo de pragas em sua vida.

Basta você abrir seu coração e acreditar que somente Deus poderá nos dar a plenitude de uma vida cheia de luz e muita paz.

Nova Serrana (MG), 27 de maio de 2009.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 03/10/2017
Código do texto: T6132118
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