EU SÓ SOU EU E SÓ. E NEM PRECISA MAIS.
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Segunda-Feira, 2 de Outubro de 2017
Um autor é um ser que podemos dizer privilegiado. Isso em relação aos outros que não externam suas verves autorais. Porque pode, através de suas escritas, criar, brincar com tudo e com todos. Mas é claro que tomando cuidado com tais brincadeiras porque a sabedoria popular possui um de seus ditados que diz: "brincadeira tem hora".
Desse jeito, li um texto de um colega aqui do Recanto das Letras, onde quase que brincando, penso, falou dos eus que somos num só, o ser que existimos nessa vida. E segue explicando que esses eus representam para uns uma coisa, mas para si próprio, outras. Muito diferente da visão daqueles. E eu nem sei se entendi suas assertivas. Pelo menos da forma como devesse entender, diga-se,
Daí que analisando-me, cheguei à conclusão de que eu não consigo ter mais de um eu. Sou único e indivisível. Porque sou exatamente como pareço ser, sem nenhuma nuance diferente daquilo que tenho que ser. Porque sou direto no trato com tudo e com todos. Dou sempre nome aos bois, num jeito do que conhecemos como pão, pão, queijo queijo. E isto implica dizer que não uso de nenhum subterfúgio no trato coletivo, diferentemente do que a maioria faz.
Oras, mas isso não é nenhum problema grave. É só um estereótipo ao qual me incorporei. Só não sei se foi desde que nasci, ou adquiri tal performance com o decorrer da vida. Possivelmente fico com essa segunda hipótese. Já que não é fácil viver entre todos. Requer trato, tato, ideias, relevâncias e paciência. E está aí o xis da questão.
E é para se lembrar de um termo que até não é tão conhecido por grande parte das pessoas: misantropia. Que é a aversão que um ser humano tem por sua própria raça. Daí expressando repulsa e antagonismo por todos os que representam a sociedade, a humanidade. É claro que isto chega a assustar no primeiro plano. Mas um misantropo é um ser difícil. E, por isso, foge do convívio comum entre todos, preferindo viver de maneira e forma isoladas, longe da sociedade.
Assim, para quem é só um eu, não há outra alternativa. Mas convenhamos, é extremamente difícil tal exercício, porque a humanidade é interligada entre si. E o peso que este ser carrega, é imensurável. E só ele pode medir. Mas, claro, sabe muito bem suportá-lo. Mas acaba causando um espanto nos outros, deslocando-se do convívio comum na sociedade.
E mesmo me aproximando dessas circunstâncias, ainda não posso me considerar, bem como ser considerado, como um misantropo. Ainda consigo viver próximo da sociedade, mesmo que aos trancos e barrancos. Porque não se pode mudar dessa forma com tanta rapidez. Há que se passar por um processo de adaptação aos novos meios, de modo a não sofrer impacto nessa mudança, arrumando mais problemas do que soluções, naquilo que se propõe a assumir, doravante.
Bom seria que todos nós, os humanos, praticássemos só uma ação, uns para com os outros: sinceridade. Porque a verdade é imbatível. Não há como ocultá-la em definitivo, porque ela sempre aparecerá. Passe o tempo que for. E enquanto isso não acontece, a multidão sofre tal resultado. E nem haveria necessidade disso acontecer conosco. A vida seria muito melhor. Com certeza!