MÁQUINA DO TEMPO
E a sua máquina guarda todo o emaranhado que surpreendentemente é você! Sem se dar conta você desperta, abastece, se lubrifica, coloca a engrenagem para funcionar, depois abastece de novo para manter o equipamento ligado. Mas ao final você adormece e se põe no descanso para recarregar as baterias na mira do próximo dia que há de vir. Nova manhã e mais uma vez a viagem se repete para que não prepondere irremediavelmente a obsolescência programada que destrói pouco a pouco a durabilidade do aparelho motor humano. E para retardar a redução lenta e gradativa da vida útil podemos atuar na interferência eficaz deste ciclo? Algumas máquinas duram mais e outras nem tanto, qual é o mistério que alarga essa limitação progressiva do ronco do motor vital humano? Além disso, Terêncio, enigmático dramaturgo e poeta romano, ainda nos diz: “aprende com os outros a experiência que te pode ser útil.”
Quando observamos a história, não muito distante, da transformação do progresso do trabalho, é possível constatar que toda essa aceleração que nos visita na atualidade pode ser fruto de uma incessante e pretensa ambição de que diversos grupos sociais esquadrinham, ininterruptamente para abocanhar um mercado consumidor e obter infindáveis lucros. Já na era industrial, a verdadeira máquina movida a eletricidade, outros compostos e tecnologias iniciais computadorizadas já apontavam a substituição do homem para uma grande produção em escala e, para também uma escravização sem limites do homem ao trabalho. Todavia com incontáveis estudos científicos, biológicos e jurídicos sobre a qualidade de vida, sobre os direitos e garantias fundamentais, o indivíduo como pessoa passou a ser mais apreciado como um cidadão. Desse modo o homem não era mais somente parte de um processo industrial, social e econômico, que gerava receitas a grandes empreendedores fabris. Lado outro o sustento do trabalhador e de sua família era sugado até a última gota de suor e de energia. Como nos afirmou certa vez Voltaire, filósofo e historiador iluminista francês, “o trabalho em sua origem deve poupar-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade.”
Soma-se a isso que pesquisas estruturais sobre o assunto nos demonstram de maneira recorrente que para fomentarmos qualidade de vida e longevidade, cada vez mais temos que voltar as nossas atenções não somente aos nossos ideais, mas também atentarmos para a manutenção da máquina humana para que ela possa produzir melhor, para que possamos distribuir saúde e para bem cuidarmos de nós mesmos e consequentemente dos nossos. Quando agimos de forma displicente, irresponsável com nosso corpo e com nossa mente, será inevitável que o ambiente favorável de enfermidades e doenças se propaguem em nós. Tudo isso pode resultar em contenção de ações e irremediavelmente a limitação da vida antes do tempo previsto em razão de desleixo ao maquinário humano que é próprio e individual. Não é raro observarmos uma total despreocupação de alguns que ingerem tudo o que veem pela frente. De outros que bebem descoordenadamente tudo o que lhes oferecem. E outros ainda que não permitem que o corpo possa se restaurar através do sono tranquilo e reparador que é prevenção de males para que o funcionamento do organismo e do metabolismo permaneça em equilíbrio.
O que temos feito por nós? Como temos cuidado do instrumentário humano? Vivemos ainda em fábulas e acreditamos que somos indestrutíveis e que a juventude irá durar infinitamente? Vale em alto grau percebermos e agirmos na direção de antevermos os efeitos do tempo e do mau uso, e adotarmos posturas que vão nos auxiliar a durarmos mais e de modo saudável! Uma noite bem dormida, uma alimentação balanceada, o cultivo de atividade física diária, além de uma boa convivência com os que nos rodeiam são alguns dos ingredientes de uma receita para estarmos de bem com a vida. Simultaneamente percebermos que a luz solar moderada, e a sombra de uma árvore são elementos, fontes de vitaminas para uma vida infinitamente rica e para que o nosso coração possa pulsar harmonicamente e por longos anos de vigor e paz! Lembremo-nos ainda de um longa-metragem (P. S: eu te amo!) em que a personagem dizia:” vida é brisa passageira, então faça valer a pena.”