RIO II
E eu que tinha sido avisado,
Para ter cuidado...
Com a mulher, de nome Laodicéia,
P´elas águas, cujo poder ao pó branqueia.
Porque as águas me disseram, com verdade
E com plena liberdade:
Para manteres a vida,
Segue outra mulher linda!
O nome d´ela é Filadélfia,
Porque foi tornada alva.
E está num jardim, onde há rosas e flor de camélia.
E um dia virá a mim, finalmente salva.
No entanto veio a mim, Laodicéia,
Que eu pensei, ser a pura,
A qual do rio, seu espírito, recebeu cura.
Veio esta a mim, como quem ama e não odeia.
E casei, com ela...
E estou ainda, agora n´ela...
Que foi mentira, para mim
E julgo eu, ter ela sido a causa da minha morte, enfim.
Pois, se eu me matei,
Ela ajudou...
Pois, me rejeitou.
O porquê, não sei.
Uma coisa sei.
Estou morto, como nunca pensei.
Mas é uma morte d`alma,
Que me permite, do rio, ao longe, ouvir a água calma.
Que me diz assim:
Eis que venho cedo, para ti, morto pó.
E eis que vida terás, enfim...
E nunca mais, estarás só!
HELDER DUARTE