As estações de Marília
Eu tô numa peleia danada para que a melancolia não seja um ponto de referência para meus textos. E por mais que eu quisesse, a chegada da primavera não tem relação com nenhum dos fatos. Fato 1: eu consigo ver beleza no melancólico. Sério! Fato 2: eu sei escrever coisas leves e que dão calorzinho na alma também. Poderia haver o fato três mas vou deixar como constatação (sim, porque sempre coloco isso em discussão comigo mesma), é possível e impossível separar criador e criatura. O que quer dizer que tanto pode ser sobre mim como também pode não ser. Tudo vai depender do momento – aquele, particular – onde você sente se está hábil para se abrir, se fechar, expor outras histórias que nem são suas ou se vai fazer qualquer uma dessas coisas numa fluência indefinível.
E como eu gosto sempre de repetir, a interpretação, assim como o arbítrio, é livre. Cada um que sabe como vai receber uma arte. E de verdade? Acho isso mágico.
Porque gostaria que a primavera se relacionasse com meus fatos sobre as letras que escrevo? Porque amigos, caso você ainda não tenha notado, tem alguns Ipês por aí que andam cumprindo um papel extraordinário na primorosa arte da natureza. Seria um privilégio para mim, dizer que meus textos são sempre primaveras inteiras. Mas não... eles também são outono, inverno e quiçá, verão.
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)