BENÇÃO DA MATERNIDADE. IN MEMORIAM.
IN MEMORIAM DAS AMIGAS JÚLIA MARQUES DOS SANTOS SADER E ALICE TEIXEIRA PANZA.
Procure se afastar dos caminhos onde a benção materna não puder te acompanhar.
Por dias intermináveis fomos esperados pelo maior ato de amor que se conhece entre os homens, a maternidade.
É a espera que desenha a felicidade em meio ao sofrimento, felicidade infinita da maior clareza de sentimento, sofrimento pelas ameaças naturais a quem chega no torvelinho do mundo que não consegue fugir do egoísmo, da retenção da doação possível, da mágoa humana e do ressentimento costumeiro. Das maldades que a humanidade incorpora.
Ninguém que ama verdadeiramente se aparta do sofrimento. A inevitabilidade das adversidades da vida surpreendem a grandeza dos sentimentos, e nenhum maior que a maternidade.
Esperado entre o sonho e a ansiedade o berço vazio se encanta de prendas, mimos e caricias a quem apenas irá chegar. É o mundo ainda impossível que o maior dos amores faz ser possível, presença. Dentro dele a fantasia teceu um destino risonho, alegre e imensamente feliz.
No mar calmo da espera chega o filho em meio às brancas espumas que beijam as areias em torno do coração que construiu a magia da ilha do amor sem medidas.
A reversão da maldade humana mostra nesse cenário do que é capaz o amor.
Só ouvirás os sons da benção materna sinalizando os caminhos a serem seguidos.
Não haverá dúvidas ou receios das indicações colhidas na casa materna onde prosperou e viveu a maior de todas as forças que a natureza criou, a maternidade.
E quando dificuldades surgirem seus olhos estarão voltados para essa estrela-guia maior, ainda que já esteja brilhando no céu a que sempre pertenceu na maravilhosa força mutante da eternidade.
Lá ela está com a Virgem Maria. A Mãe que aplaca todos os sofrimentos, pois nenhum tão atroz como o martírio de seu filho, Jesus, assistido em silêncio por esse amor na lágrima muda que cai do Gólgota pelos séculos afora.