Crônica espiritual
Por Luiz A G Rodas
Que a felicidade é o sonho de todo homem, não há dúvidas. É a finalidade da vida.
No Plano Divino, recebemos os adubos da honradez e da paz. Somos pura semente de plenitude, plantada para o total equilíbrio entre a razão e o sentimento.
Crescemos desatentos com o nosso mundo íntimo. As fagulhas impulsivas e as fissuras morais, expõem nossa fragilidade espiritual.
Nesta vasta caminhada, inúmeros são os erros. "Muito árdua a tarefa de dominar as sombras íntimas"!
Os desdobramentos dos pequenos deslizes, os escândalos vergonhosos e a inclinação para leviandades sexuais, são equívocos que clamam por correção. As paixões e os vícios do pretérito dormem no íntimo das criaturas.
Percebe-se, tardiamente, que a insensatez de rápidos e transitórios carinhos, enfatizam a desesperança de sonhos cada vez mais distantes.
Mas não fiquemos somente nas lamúrias. Para que tantos lamentos? Afinal, estamos em aprendizagem nesta escola, chamada passagem terrestre.
Abrimos os olhos e percebemos que o que realmente importa é o amor. O verdadeiro amor.
A maturidade nos mostra que não há resultado sem trabalho; recompensa sem esforço.
Evidencia-se a fragilidade da vida material desafiando o conhecimento. Quando temos um intelecto desenvolvido, identificamos melhor os problemas morais. A evolução espiritual nos permite lidar melhor com os chamados imperativos da vida. As perdas, as dores são menos atrozes.
Reflitamos, sem choromingos, as oportunidades que se apresentaram em nosso caminho.
Temos méritos. Possuímos qualidades. Claro que ninguém se transforma em anjo da noite para o dia, uma vez que o desenvolvimento do caráter é uma conseqüência do nosso modo digno e da prática constante do bem.
Nossas escolhas são pessoais e intransferíveis. O livre arbítrio permite a pessoa utilizar as possibilidades como melhor lhe apraz.
Somos preparados para a convivência saudável na Grandiosa Morada. Passamos por ensaios diários através da oração que nos eleva a culminância do infinito.
Somente hoje, só agora, pude compreender os versos de R. Tagore: "Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, sua canção".
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.