Repensando o Rio de Janeiro
"O Rio de Janeiro de amanhã tem que repensar o rio de ontem, para mudar o rio de hoje.
Se tivesse continuado no Rio de Janeiro, eu seria eu?"
Em 1979 enquanto eu deixava o Rio de Janeiro, Leonel Brizola retornava a cidade maravilhosa, ainda!
Quando sai do Rio de Janeiro, cinco anos depois de São Paulo, o metrô chegava para os cariocas. Um pensamento entre os jovens, principalmente para os que começavam sua jornada trabalhista era que se você tivesse para a gasolina e o chopinho do final de semana, a praia estava garantida para alguns, todos os dias, para outros aos finais de semana. O Futebol completava esse quadro da identidade carioca.
Eu precisava de algo mais substancial do que isto. Então depois de seis anos de serviço militar, eu tomo a decisão de vir para São Paulo, à locomotiva brasileira.
O famoso espirito carioca escorado na malemolência, gingado, malandragem não perdi, o que me ajudou muito em São Paulo no meu processo de socialização com os condutores e passageiros da locomotiva paulista, mas ao mesmo tempo, determinou os caminhos do Rio de Janeiro nos anos seguintes, e explica muito isso que está acontecendo na cidade maravilhosa nos dias de hoje.
Os chamados “luas pretas”, gente do PMDB simpáticos à esquerda não escondiam sua antipatia a Chagas Freitas, governador em 1979 e que gozava da simpatia dos militares. O mote de que o Rio sofria do mal de Chagas colou. E o PMDB cumprindo o seu papel nessa comédia carioca assiste e aplaude a vitória de Leonel Brizola ao Governo do Rio de Janeiro, pela primeira vez em 1982...
O Rio festeja...
A educação por respeito a Darcy Ribeiro festeja com os Cieps.
O samba festeja com a Mangueira campeã inaugurando o sambódromo.
O crime organizado festeja, pois se antes a politica de Chagas Freitas era o confronto com eles, com Brizola estava tudo liberado, e a dominação dos morros pela droga começou colocando o jogo do bicho em segundo plano.
O Funcionalismo público festejava, pois nas secretarias não faltava emprego para ninguém. Por proximidade com a área da saúde, lembro-me do prédio onde um próximo meu começou a trabalhar no governo do gaúcho, dia sim, dia não, e pasmem! Em meio expediente. Se naquele prédio, todos viessem ocupar seus cargos no mesmo dia, o prédio fatalmente desabaria.
E o rio seguia com Brizola, brigando ora com um, ora com outro, ora com o Globo e a Globo. Quebra o monopólio dela em 1994 sobre o carnaval carioca, e entrega a transmissão do mesmo para a recém-criada rede Manchete, que não consegue decolar, e sem audiência, se junta a Globo nas transmissões dos anos seguintes . O troco da Globo vem quando Leonel Brizola se candidata a presidente em 1989... O Rio ganha a Linha vermelha, e profetiza que o Brasil teria que engolir o Sapo barbudo...Mas isso é uma outra história.
Em 15/03/1987 Moreira Franco, mais conhecido como o “gato angorá” pelos fluminenses, se elege governador com o País em uma crise social profunda. O Rio coloca Brizola novamente no governo do Rio, e até Mandela vem festejar no Rio de Janeiro.
Começam os arrastões, e até no contexto familiar, a droga vai definhando o ser humano em forma de pai que habitava no coração de Leonel Brizola.
Seus filhos não fazem justiça a sua história.
O governo Brizola se encerra, pelas mãos do seu Vice, que entrega o comando do Rio de Janeiro a Marcelo Alencar que embora originário das hostes Brizolistas, rompe com esse e vai para o PSDB, navegando favoravelmente a favor do Rio de Janeiro, com a chegada do Real no plano Federal.
O Rio depois de Marcelo Alencar, enfia o pé na jaca de vez, tendo um surto de má escolha e entrega o seu governo a Garotinho(PDT) em 1999, Benedita da Silva(PT) em substituição a Garotinho que sai para ser candidato a presidente em 2002, Rosinha Garotinho(PSB) em 2003, que é substituída por... Sergio Cabral em 2007 e 2011...
Para concluir essa triste comédia politica, o rio de janeiro chega em 2017, no auge do espetáculo com Pezão.
E você carioca, ainda se pergunta: Onde foi que eu errei? Ora, vai-te catar pô!
Brizola, não ganhou uma eleição fora do Rio de Janeiro no seu período político pós-governo militar;
Marcelo Alencar não pode viver o respeito de alguns fluminenses, pois um AVC lhe conduziu a morte alguns anos depois de deixar o governo do Rio de Janeiro;
Garotinho está preso; Benedita como todo aquele que emprestou seu conteúdo ao petismo manchou sua reputação; Rosinha tornou-se um cadáver politico; Sergio Cabral, muito por ter feito o que Benedita fez, transformou-se no que rosinha se transformou, e está como Garotinho, preso! E vai ficar assim por muitos anos.
Ei carioca, você ai, sim você mesmo! Vamos cair na real e mudar esse seu comportamento?
O Rio de Janeiro de amanhã tem que repensar o rio de ontem, para mudar o rio de hoje. E é você que mora no Rio de Janeiro pode fazer isso!
Eu, eu não! Eu se tivesse continuado ai, com certeza já estaria morto!