SOMOS CULPADOS?
Somos culpados do que fizemos, principalmente do que não fizemos e precisava ser feito. Para dar um pouco de conforto, o amor da presença, tão necessário e que ilumina os de menos sorte, os doentes, os incapazes, os inválidos, os que precisam do gesto da solidariedade.
Somos culpados por ofender a lei, os padrões de dignidade a que todos devem estar submetidos, preservando igualdades que se alardeiam e são violentadas, não se valendo de apadrinhamentos e vantagens para avançarem injustamente na vida, em cargos e funções galgados, fraudando disputas junto aos órgãos de entidades públicas de todos os meios e formas.
Somos culpados pelo desrespeito com ofensas comissivas e omissivas que fazemos aos que nos cercam em meio a cinismo e insinceridade, negando convicções diversas e posicionamentos legítimos.
Somos culpados pela infelicidade causada aos que nos cercam, e de nós esperavam amor e consideração, zelo e disponibilidade e encontraram violência moral e ameaças.
Somos culpados pela covardia nas atitudes vazias, pela falta de palavra segura que tira e retira.
Somos culpados pela avareza que subtrai o que é nosso, punindo a nós mesmos, contrariando as leis do universo, no arremedo da fraqueza e do medo como pilares de uma vida covarde, mas também e principalmente na subtração do que é dos outros, trazendo sofrimento.
Somos culpados pela culpa negada, que nem redime e muito menos alivia quem pela conduta do culpado caminha sem esperança.
Somos culpados por não substituirmos o que não presta pelo que presta, segundo padrões convencionais, valendo-nos sempre do que não presta, como mal necessário. O mal não é necessário.
Somos culpados pela repetência de nossos defeitos, pelas mentiras como ministério permanente, por enganar os mais enganáveis, por disseminar princípios que contrariam as leis maiores de um juízo universal limpo.