M O N Z A ( I )
MEUS TIPOS INESQUECÍVEIS
Diário de minhas andanças (23/06/2011)
Encontramo-nos na tarde fria de sábado. Intenso movimento na rodovia e nós em sentidos opostos, pelo acostamento.
Sua voz acompanhada do esboço de um risinho debochado, soou forte entre o ruído dos motores:
_ De novo no trecho?!... Mas,que “barbaridade”,um frio destes e “as pernão” de fora!!!
(apesar de bem agasalhado,estava eu usando bermuda.Facilita a caminhada) vais pegar uns piripaco de gripe, daí !
_ Sem problemas, lhe respondi.Caminhando aqueço o corpo e fica tudo bem.
Um dedo de prosa (êle ia às compras ,eu...Caminhante da tarde).
Indaguei-lhe sobre a possibilidade de fotografá-lo e postar “para que o mundo lhe conheçesse”,rsrs...
A resposta veio num tom mesclado de vaidade e desconfiança:
_Sei não,Gorducho !..Sei não !...E além do mais “to meio descomposto" hoje !
(Proferiu estas palavras enquanto ajeitava a aba do chapéu de palha)
_Que nada, a tua beleza flui de dentro pra fora, argumentei.
(arrumou a gola da blusa “surrada” enquanto a perna direita cadenciava um movimento de leves batidinhas do sapato sobre o asfalto...Algo como um sapateado.)
Fred Astaire “incorporado”, atinei com meus botões.
_Éh!... mesmo?(um sorriso largado) então puxe pela “Kodak” (?)
Fiz umas três fotos e dei-lhe a oportunidade de escolha .
Observou atentamente e decidiu-se por uma delas.
Despedimo-nos e fomos tomando nossos rumos.
Saiu resmungando com satisfação:
_Você não tem jeito mesmo !...Fotografia...
onde já se viu !...Mas,depois de “revelada” , mande uma lá pro meu rancho.Vou botá em cima do rádio rsrs...
_Combinado, meu amigo. Combinado...
E assim,tenho o imenso prazer de colocar em minha página aquêle que do nada surgiu em meu caminho, revelando-se “o cara!”
Aquêle à quem a vida ensinou na dureza, a arte de ser feliz.
Aquêle à quem a excassez do material é compensada pelos celeiros do espírito, sempre abarrotados.
Aquêle à quem brotam sorrisos e palavras de estímulo,ainda que o seu dia a dia tente conspirar contra.
Aquêle à quem adotei como amigo,quase irmão e conselheiro.
Aquêle de quem já falei em minha primeira crônica intitulada “MONZA” e agora lhes apresento com toda pompa e circunstância:
Com vocês: Moisés!...”M O N Z A”,para os íntimos.Um à mais no grande rol de “meus tipos inesquecíveis”.
Texto reeditado.
Preservados os comentários ao texto anterior:
09/07/2011 12:02 - Malgaxe
O Monza, lembra um tio meu que parou de beber aos 40 e viveu ate quase os setenta, o bigode , o chapéu, quase tudo. Foi frequentador assiduo do bar do Ambrosio, contemporaneo do Candinho coruja, e até o nome refere-se também a carro, so que ao inves de marca de carro, aquele referia-se a carro em péssimo estado como convém a um antigo cachaceiro, CARCAÇA. Abraços.
08/07/2011 23:44 - Giustina
Que delícia de leitura, Joel! Costumamos enaltecer figuras reconhecidas no cenário nacional ou internacional... mas falar de pessoas anônimas, seres como nós é tão mais bonito! E o Monza parece ser um figuraço!
30/06/2011 09:02 - Layara
Eu sei bem o que são esses "tipos" aqui pelas roças de Minas e quanta sabedoria exalam! Você nos presenteou com imagem e narrativa irretocáveis. grande abraço
30/06/2011 08:20 - Maria Mineira
Bom dia Iratiense.Muito lindo seu texto. Me emocionei, porque esse senhor da foto tem a carinha do meu avô João de quando eu era criança. Um semblante de pessoa iluminada.Que bonito você perceber essa luz que algumas pessoas trazem dentro de si.Parabéns pela sensibilidade.
29/06/2011 22:36 - CONCEIÇÃO GOMES
Maravilha meu querido. E quando voce vai visitar a Pousa láem Guaratuba?
27/06/2011 19:41 - RobertoRego
Parabéns, Joel, pela crônica e pela homenagem ao seu amigo "MONZA", resgatado do anonimato para a sua escrivaninha no "RDL" e para o mundo! Simpaticão, o "MONZA" parece ser, de fato, uma grande figura, poeta. Aplausos, meu amplexo, paz e alegria, oh!, menestrel das araucárias! ...
25/06/2011 20:19 - Lenapena
A riqueza maior o Seu Amigo Monza, já tem. Me emocionei com a foto. Pois, vi os olhos doces de meu avô, no retrato do Monza. Belo passeio, belo amigo, bela foto e por fim bela crônica. um abraço.
25/06/2011 14:54 - tania orsi vargas
Joel, que riqueza você nos traz neste quadro vivo e direto da "fonte", sem passar por nenhuma maquiagem, burocracia, assim da rua para a página em um só movimento. Acho que você não pode mais parar de nos trazer os seus tipos porque será uma forma de a gente conhecer melhor a nossa gente anônima e todas as suas referências de linguagem, de crenças, de posturas dignas que os jornais não costumam noticiar. Prazer em te conhecer, Monza. Abraços!
25/06/2011 14:06 - Dante Marcucci
É preciso ter esses olhos para ver as coisas realmente belas na vida. Parabens. Um abraço
24/06/2011 23:55 - Lilian Reinhardt
Muito prazer sr. Monza. Não sabe o senhor o quanto nos representa da alma de nossa terra e da nossa. Não sabe das lembranças que nos desperta com seu jeito que bem conhecemos, nos conduzindo longe pelos rincões de nossos ancestrais. Saiba o senhor que só lhe agradecemos ser amigo do nosso poeta e permitir ser por ele nos apresentado, poesia viva da nossa terra, nossa imagem, nossa gente amada! Obrigada poeta pela emoção desta partilha! Parabéns!
24/06/2011 23:37 - Lisyt
Bela crônica, Joel. A fotografia do Monza ficou ótima! Dá para sentir, na foto, a pureza de sua alma. Aqui em meu recanto conheço alguém, puro de coração, com o Monza. Penso que são espécies em extinção. Boa noite.
24/06/2011 21:08 -
Boa noite! "Aquele à quem a excassez do material é compensada pelos celeiros do espírito, sempre abarrotados" Sensível e intensa! Linda crônica! Que bela amizade nasceu entre você e o Monza! Belíssimo gesto de não discriminar pessoas. A foto ficou perfeita. Abraços, Maria do Carmo
24/06/2011 20:36 - Maria Olimpia Alves de Melo
Sim, é um tipo inesquecível...
24/06/2011 19:40 - Anita D Cambuim
Admiro quem pratica a arte de fazer amigos e por eles se tornar estimado. Parabéns! Adorei ver a foto do Monza.
24/06/2011 15:26 - Lucan
Prezado Amigo JOEL, parabéns pela linda crônica, inspirada, bem escrita e interessante! Ao moisés também o meu abraço. Adoro gente simples pois, geralmente, trazem na alma um ninho de bondade e honradez, assim são os que conheço. Obrigado, Joel, pela ilustre visita. Um abraço e Felicidades!. Lucas
24/06/2011 11:54 - YARA FRANÇA
Tenho inveja dessas caminhadas q se revelam tão ricas. explico: tentar fazer isso no calor daqui, é pra desidratar com quinze minutos e com eu não tolero mesmo calor, ficaria agoniada. as paisagens q tenho descrito, vejo calmamente em viagens pelo interior, de dentro do carro com arcon. gostei de conhecer seu monza.
24/06/2011 10:14 - yamânu
Grande MONZA grande foto. Monza no acostamento da vida.
24/06/2011 02:45 - Maria Dilma Ponte de Brito
É verdade, meu caro amigo. A beleza flui de dentro para fora. Seu amigo é belo e sua crônica tbém. A vida anda meio atribulada e fugi um pouco do recanto. Mas, neste ínterim organizei minha quarta obra intitulada "Lero - lero" .Cito até de leve sem comprometer alguns amigos do recanto, inclusive você....Faça referência a sua crônica que descrevendo a trajetória de casa ao banco...o livro está ainda na gráfica só lançarei oficialmente em agosto.
24/06/2011 00:31 - Lili Maia
O problema dessas nossas "modernidades" é que acabamos não revelando mais nossas fotografias. Baixamos tudo no computador e cadê aquele porta-retrato dali? Dê lembranças ao Seu Monza. Beijos daqui
23/06/2011 23:22 - Lu Genovez (off)
Não vale me emocionar, seu moço! Descomposto nada, tu tais lindo!!! Que foto, Joel e que personalidade! Adorei!!!! Beijoo
MEUS TIPOS INESQUECÍVEIS
Diário de minhas andanças (23/06/2011)
Encontramo-nos na tarde fria de sábado. Intenso movimento na rodovia e nós em sentidos opostos, pelo acostamento.
Sua voz acompanhada do esboço de um risinho debochado, soou forte entre o ruído dos motores:
_ De novo no trecho?!... Mas,que “barbaridade”,um frio destes e “as pernão” de fora!!!
(apesar de bem agasalhado,estava eu usando bermuda.Facilita a caminhada) vais pegar uns piripaco de gripe, daí !
_ Sem problemas, lhe respondi.Caminhando aqueço o corpo e fica tudo bem.
Um dedo de prosa (êle ia às compras ,eu...Caminhante da tarde).
Indaguei-lhe sobre a possibilidade de fotografá-lo e postar “para que o mundo lhe conheçesse”,rsrs...
A resposta veio num tom mesclado de vaidade e desconfiança:
_Sei não,Gorducho !..Sei não !...E além do mais “to meio descomposto" hoje !
(Proferiu estas palavras enquanto ajeitava a aba do chapéu de palha)
_Que nada, a tua beleza flui de dentro pra fora, argumentei.
(arrumou a gola da blusa “surrada” enquanto a perna direita cadenciava um movimento de leves batidinhas do sapato sobre o asfalto...Algo como um sapateado.)
Fred Astaire “incorporado”, atinei com meus botões.
_Éh!... mesmo?(um sorriso largado) então puxe pela “Kodak” (?)
Fiz umas três fotos e dei-lhe a oportunidade de escolha .
Observou atentamente e decidiu-se por uma delas.
Despedimo-nos e fomos tomando nossos rumos.
Saiu resmungando com satisfação:
_Você não tem jeito mesmo !...Fotografia...
onde já se viu !...Mas,depois de “revelada” , mande uma lá pro meu rancho.Vou botá em cima do rádio rsrs...
_Combinado, meu amigo. Combinado...
E assim,tenho o imenso prazer de colocar em minha página aquêle que do nada surgiu em meu caminho, revelando-se “o cara!”
Aquêle à quem a vida ensinou na dureza, a arte de ser feliz.
Aquêle à quem a excassez do material é compensada pelos celeiros do espírito, sempre abarrotados.
Aquêle à quem brotam sorrisos e palavras de estímulo,ainda que o seu dia a dia tente conspirar contra.
Aquêle à quem adotei como amigo,quase irmão e conselheiro.
Aquêle de quem já falei em minha primeira crônica intitulada “MONZA” e agora lhes apresento com toda pompa e circunstância:
Com vocês: Moisés!...”M O N Z A”,para os íntimos.Um à mais no grande rol de “meus tipos inesquecíveis”.
Texto reeditado.
Preservados os comentários ao texto anterior:
09/07/2011 12:02 - Malgaxe
O Monza, lembra um tio meu que parou de beber aos 40 e viveu ate quase os setenta, o bigode , o chapéu, quase tudo. Foi frequentador assiduo do bar do Ambrosio, contemporaneo do Candinho coruja, e até o nome refere-se também a carro, so que ao inves de marca de carro, aquele referia-se a carro em péssimo estado como convém a um antigo cachaceiro, CARCAÇA. Abraços.
08/07/2011 23:44 - Giustina
Que delícia de leitura, Joel! Costumamos enaltecer figuras reconhecidas no cenário nacional ou internacional... mas falar de pessoas anônimas, seres como nós é tão mais bonito! E o Monza parece ser um figuraço!
30/06/2011 09:02 - Layara
Eu sei bem o que são esses "tipos" aqui pelas roças de Minas e quanta sabedoria exalam! Você nos presenteou com imagem e narrativa irretocáveis. grande abraço
30/06/2011 08:20 - Maria Mineira
Bom dia Iratiense.Muito lindo seu texto. Me emocionei, porque esse senhor da foto tem a carinha do meu avô João de quando eu era criança. Um semblante de pessoa iluminada.Que bonito você perceber essa luz que algumas pessoas trazem dentro de si.Parabéns pela sensibilidade.
29/06/2011 22:36 - CONCEIÇÃO GOMES
Maravilha meu querido. E quando voce vai visitar a Pousa láem Guaratuba?
27/06/2011 19:41 - RobertoRego
Parabéns, Joel, pela crônica e pela homenagem ao seu amigo "MONZA", resgatado do anonimato para a sua escrivaninha no "RDL" e para o mundo! Simpaticão, o "MONZA" parece ser, de fato, uma grande figura, poeta. Aplausos, meu amplexo, paz e alegria, oh!, menestrel das araucárias! ...
25/06/2011 20:19 - Lenapena
A riqueza maior o Seu Amigo Monza, já tem. Me emocionei com a foto. Pois, vi os olhos doces de meu avô, no retrato do Monza. Belo passeio, belo amigo, bela foto e por fim bela crônica. um abraço.
25/06/2011 14:54 - tania orsi vargas
Joel, que riqueza você nos traz neste quadro vivo e direto da "fonte", sem passar por nenhuma maquiagem, burocracia, assim da rua para a página em um só movimento. Acho que você não pode mais parar de nos trazer os seus tipos porque será uma forma de a gente conhecer melhor a nossa gente anônima e todas as suas referências de linguagem, de crenças, de posturas dignas que os jornais não costumam noticiar. Prazer em te conhecer, Monza. Abraços!
25/06/2011 14:06 - Dante Marcucci
É preciso ter esses olhos para ver as coisas realmente belas na vida. Parabens. Um abraço
24/06/2011 23:55 - Lilian Reinhardt
Muito prazer sr. Monza. Não sabe o senhor o quanto nos representa da alma de nossa terra e da nossa. Não sabe das lembranças que nos desperta com seu jeito que bem conhecemos, nos conduzindo longe pelos rincões de nossos ancestrais. Saiba o senhor que só lhe agradecemos ser amigo do nosso poeta e permitir ser por ele nos apresentado, poesia viva da nossa terra, nossa imagem, nossa gente amada! Obrigada poeta pela emoção desta partilha! Parabéns!
24/06/2011 23:37 - Lisyt
Bela crônica, Joel. A fotografia do Monza ficou ótima! Dá para sentir, na foto, a pureza de sua alma. Aqui em meu recanto conheço alguém, puro de coração, com o Monza. Penso que são espécies em extinção. Boa noite.
24/06/2011 21:08 -
Boa noite! "Aquele à quem a excassez do material é compensada pelos celeiros do espírito, sempre abarrotados" Sensível e intensa! Linda crônica! Que bela amizade nasceu entre você e o Monza! Belíssimo gesto de não discriminar pessoas. A foto ficou perfeita. Abraços, Maria do Carmo
24/06/2011 20:36 - Maria Olimpia Alves de Melo
Sim, é um tipo inesquecível...
24/06/2011 19:40 - Anita D Cambuim
Admiro quem pratica a arte de fazer amigos e por eles se tornar estimado. Parabéns! Adorei ver a foto do Monza.
24/06/2011 15:26 - Lucan
Prezado Amigo JOEL, parabéns pela linda crônica, inspirada, bem escrita e interessante! Ao moisés também o meu abraço. Adoro gente simples pois, geralmente, trazem na alma um ninho de bondade e honradez, assim são os que conheço. Obrigado, Joel, pela ilustre visita. Um abraço e Felicidades!. Lucas
24/06/2011 11:54 - YARA FRANÇA
Tenho inveja dessas caminhadas q se revelam tão ricas. explico: tentar fazer isso no calor daqui, é pra desidratar com quinze minutos e com eu não tolero mesmo calor, ficaria agoniada. as paisagens q tenho descrito, vejo calmamente em viagens pelo interior, de dentro do carro com arcon. gostei de conhecer seu monza.
24/06/2011 10:14 - yamânu
Grande MONZA grande foto. Monza no acostamento da vida.
24/06/2011 02:45 - Maria Dilma Ponte de Brito
É verdade, meu caro amigo. A beleza flui de dentro para fora. Seu amigo é belo e sua crônica tbém. A vida anda meio atribulada e fugi um pouco do recanto. Mas, neste ínterim organizei minha quarta obra intitulada "Lero - lero" .Cito até de leve sem comprometer alguns amigos do recanto, inclusive você....Faça referência a sua crônica que descrevendo a trajetória de casa ao banco...o livro está ainda na gráfica só lançarei oficialmente em agosto.
24/06/2011 00:31 - Lili Maia
O problema dessas nossas "modernidades" é que acabamos não revelando mais nossas fotografias. Baixamos tudo no computador e cadê aquele porta-retrato dali? Dê lembranças ao Seu Monza. Beijos daqui
23/06/2011 23:22 - Lu Genovez (off)
Não vale me emocionar, seu moço! Descomposto nada, tu tais lindo!!! Que foto, Joel e que personalidade! Adorei!!!! Beijoo