As veias abertas...
O sol nasce fulgurante.
Respinga seus raios coloridos na floresta.
È uma cobiça, uma corrida desvairada de homens insensatos.
Ignoram a fauna, a flora, enfim o mundo natural.
Numa luta desigual vão esfacelando o ecossistema, provocando uma catástrofe: o desequilíbrio ecológico.
Moto serra cortante, como gangorras gigantes ferem madeixas de galhos floridos, que perfumam mãos despudoradas.
Toras deitadas à beira da estrada esperam pelo transporte.
Uma Bandeira Nacional esfarrapada voa agarrada na traseira de um caminhão.
Que ironia! Que exemplo de cidadania!
A seiva escorre das veias abertas das árvores, pois antes transcendiam beleza, agora, agonizam e morrem, impiedosamente...
Com a alma dilacerada a madeira órfã vagueia pelas estradas poeirentas, caminhos se abrem para o comércio ilegal e roubam nossa riqueza sem constrangimento.
A floresta cheia de magia, quase poesia se transforma num esqueleto, farrapo aterrador.
Tudo era arco-íris, antes de ser despojada do seu tesouro.
Dias passam, tudo vai se metamorfoseando num deserto, longe de ser um oásis.
O mundo silencia! É a morte da biodiversidade...
A devastação da Amazônia põe em risco as chuvas do Brasil e dos países vizinhos. O aquecimento global não é uma previsão dos cientistas de décadas passadas, pois já é realidade.
Hoje, comemora-se o Dia da Árvore, data que antecede a primavera.
Magda Crovador