OS MISTÉRIOS DA ALMA III (OS MILINDRES DA ALMA, NAS EMOÇÕES DE CADA UM...)

A Sabedoria Divina, no incentivo da geração e perpetuação da própria Vida; criou a atração recíproca dos seres, e neste mecanismo Divino, estamos “subordinados” e envolvidos.

Para muitos, na áurea faze da juventude, no período da inocência, descompromissados até mesmo com a questão financeira; se inicia um relacionamento afetivo, quase sempre não é o acaso que se faz presente, compromissos do passado que foram “agendados”, para os ajustes e ressarcimentos hoje...

A dinâmica da vida não para, exige esforços de superações, de permanentes renúncias pessoais, o enlevo, os sonhos, para desfrutarem de um permanente amor, dá lugar para outros desafios: os filhos, - para a grande maioria. - os cuidados comuns que estes requerem; o financeiro, visando várias conquistas, a casa própria, o primeiro carro, o aprimoramento profissional, o lazer, para muitos, viagens além de nossas fronteiras...

Os filhos crescem e a inevitável rotina conjugal se faz presente; a atração esmorece a gentileza, as aspirações de outrora, para construir uma “eterna vida a dois”, deixa lugar a dúvida, as incertezas, pela decisão tomada anos atrás, teria sido a correta?

Sutilmente as idéias vão se aflorando, vale à pena insistir com este relacionamento de “incompatibilidades”?

Não teria eu o direito de ser feliz?

Os compromissos são rompidos, em nome da modernidade, pois todos têm o direito de buscarem sua “felicidade”...

Atrás disto ficará alguém envolto em mágoas e permanente processo de culpa: onde é que errei?

É possível que possa haver um recomeço na afetividade, porém, - se for o caso. - os compromissos dos filhos continuam com ela...

Promessas interrompidas, oportunidades de ressarcimentos esquecidos, pois a união e os laços afetivos tinham um planejamento maior; em face das experiências não edificantes do próprio passado, que não vieram à lembrança, para não dificultar o próprio presente; se protela para um amanhã incerto, o que poderia ter ajustes agora...

O tempo passa célere para todos, aqueles que postergaram o “resgate”, nem sempre conseguem a felicidade que tanto almejaram, pois, colocaram novamente em mãos de alguém esta conquista, esquecidos que nos somos os principais agentes; quando a outorgamos em mãos de alguém, ela está suscetível de não ser alcançada, cada ser tem sua individualidade e limitações...

Apesar dos encontros e desencontros, não devemos descrer do amor, é o sentimento maior que sofre permanente processo de “buri lamento”, pode se manifestar no altruísmo, na renuncia pessoal, na abnegação, se despertarmos e cultivarmos este amor no âmago de nosso ser, nossa vida não terá sido em vão; há uma poesia bem interessante que se expressa assim, de Vicente de Carvalho: *. Que pedimos a permissão para transcrevê-la na íntegra:

Felicidade.

Só a leve esperança, em toda a vida,

Disfarça a pena de viver, mas nada:

Nem é mais a existência, resumida,

Que uma grande esperança malogra.

O eterno sonho de alma desterrada,

Sonha o que atraz ansiosa e embevecida,

E uma hora feliz, sempre adiada

E não chega nunca em toda vida.

Essa felicidade que supomos,

Arvore milagrosa, que sonhamos.

Filha arreada de dourados pomos.

Existe, sim: mas nós não a alcançamos

Porque está sempre apenas onde a pomos

E nunca a pomos onde nós estamos.

O itálico e o negrito é nosso.

*Vicente Augusto de Carvalho, nasceu em Santos, em 05 de abril de 1866; seu desenlace se deu na mesma cidade em 22 de abril de 1924; advogado, jornalista, Político, deputado, magistrado, poeta e contista, faleceu aos 58 anos, escreveu nove livros.

Dados compilados da Wikipédia.

Curitiba, l3 de abril de 2011 - Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 17/09/2017
Reeditado em 17/09/2017
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