Página em branco
                           
 
Crônica



 
Não levo à sério recordações, retirei a minha alma da escravidão, daquela velha coleção de desejo e explosão de sonhos...  Nenhum fato marcante guardei, o que ficou para trás ganhou o seu devido lugar, o que está ao meu alcance, é o que tenho e que daqui a pouco já não é mais. Não quero ser a brasa que aos poucos vira cinza, nem ser os olhos que enxergam vivendo na cegueira da solidão. Não quero ser a águia sobrevoando o mar de desilusão, aterrissando mais tarde no infinito deserto, se esquecendo das manhas do amor. Sem paixão arrebatadora é fácil entender o quanto você perde, querendo quem você não pode ter, sendo que o mais importante da sua vida, é você mesmo. Perdi a chance de ser feliz quando quis ser um pouco de tudo, quando queria agradar. Eu sou eu mesma, agora, não sou mais uma pessoa que carrega as lembranças dos lírios que nunca exalaram de fato o seu perfume, reescrevo a minha história neste tempo novo. Hoje eu não costumo me enganar com as pessoas, não me permito ser rabiscada nem de vez em quando levemente na pele, já não deixo ninguém me deixar feridas, já não me deleito com as fantasias, a vida, é uma minúscula página em branco, este presente tão nosso, cada rastro meu será guiado com sabedoria. Todos os dias temos a nova chance de sermos felizes, a minha vida foi, é e sempre será uma linda poesia, porque foi assim que escolhi viver.
                                 
     _ Liduina do Nascimento

















 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 16/09/2017
Código do texto: T6116039
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