OS INFRATORES DANOSOS

“Quando a noite se adensa no caminho, envolvendo todos os ângulos do espaço, uma vela acesa tem o esplendor de uma estrela que descesse do Céu para varrer na Terra a força negativa da escuridão.” (Chico Xavier).

Nestes tempos de paradoxos, em que a violência permeia por todos os lugares, sentimo-nos na obrigação de praticar o bem em detrimento do mal. O mal deve ser aniquilado e execrado da população brasileira. Será que a televisão é um meio de se propagar a violência? Nos países do Primeiro Mundo, a TV, primeira, ensina, informa para depois divertir. Nos Estados Unidos da América do Norte, a televisão tem um alto sentido de responsabilidade com seu povo – a sua programação é examinada, discutida e aprovada por uma comissão de alto nível. Será que os programas reprovados por essa comissão vêm esbarrar nos países do terceiro mundo, incentivando a violência? O papel dos enlatados de lá têm essa conotação? “Se bem observares em torno de ti, perceberás que são muitos os teus semelhantes que, acicatados pela personalidade enodoada de personalismo, te pode influenciar negativamente, desde que tomem desprevenidos”. A televisão tem seus pontos positivos e com programas voltados para a inteligência do telespectador. È importante saber e não esquecer que a televisão brasileira é uma concessão pública que pertence ao povo. A nossa cultura deve ser resgatado com apresentações de programações regionais, revelando talentos e ficando mais próximo de seu povo, ou de sua região. Muita cautela! Sabemos da importância da mídia em nossas vidas, mas com o advento da TV, algo se transformou. A banalização da violência ficou mais explicita, os programas de terror e violência, mais banais. Os atributos levaram o espectador ao êxtase e ao sensacionalismo, onde o artista jamais poderá morrer no final.

A gurizada, mesmo nos programas infantis, assiste a um vendaval de pancadas, brigas e batalhas incessantes. Nem as músicas de ninar escapam da violência, e em suas letras está inserida. E aí o que vou dizer? O caos da sociedade, ainda é fruto da miséria, da pobreza, do desemprego, do ócio de adultos e crianças. Esses seres pequerruchos se dão ao luxo de aprender na rua, as mais variadas formas de vida. No écran de seus pensamentos, os meninos de rua crescem vendo luxo, prostituição, assaltos, furtos, assassinatos e vão crescendo aprendendo e praticando. Se na primeira investida se deu bem, jamais sairá desse atributo maligno. Deduzirá que a facilidade será uma constância e o fortalecimento virá pelas armas brancas e de fogo que furtam através de ameaças e arrastões e tudo se tornará mais fácil É nessa fase que os meliantes mirins e adolescentes recebem seus certificados ou diplomas de doutores do crime. Nos mais recentes casos de violências que abalaram Fortaleza, os mentores principais eram menor idade, variando de 15 a 17 anos. Indagamos: esses menores que já cometeram inúmeras infrações continuam soltos, como se nada tivesse acontecido, enquanto familiares entristecidos, abalados pela perda de seus entes queridos, esperam que as autoridades da Infância e da Adolescência em conjunto com os Direitos Humanos tomem providencias cabíveis para não acontecer novas catástrofes, e abalar mais ainda a sociedade cearense. Antes que surjam mais vítimas e mais luto! Por que os governos não se preocupam em alfabetizar o povo? Nesse grande universo os mais carentes poderiam estar sendo orientados e aprendendo novas profissões, participando da nossa força de trabalho. O governo poderia está injetando nos jovens um sentimento de luta, patriotismo e de nacionalidade. Educar parece não ser o objetivo de nossos governos, estamos denotando um País sem alma, sem compromisso com o nosso povo e para variar infestado e nadando em corrupções em diversos escalões. Que se instale imediatamente um Conselho de Comunidade Social, onde todos os direitos e prerrogativas dos integrantes desse conselho possam interferir na motivação da educação, do bem viver dos habitantes de cada conselho. Devemos ir até o fundo do mar aos limites dos céus - buscar soluções para acabar de vez com essas mazelas de crimes hediondos praticadas por jovens e adolescentes desse Brasil varonil. Em primeiro lugar queríamos que a justiça predominasse sobre a imunidade e impunidade, e que as autoridades dos mais altos escalões do governo dessem bons exemplos aos que estão na base da pirâmide. Justiça, lealdade, integração social, trabalho em prol dos mais carentes e necessitados e que esquecessem por completo o vicio da locupletação e a malfadada corrupção.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE