ASSALTOS E OUTRAS HISTÓRIAS

Quando gerenciava agência bancária no Norte do Paraná, na década de 80, ela foi assaltada três vezes no curso período que estive lá: dois anos incompletos.

Para evitar maiores perdas, colocávamos pacotes de cédulas no meio de materiais de expediente, deixando no cobre o suficiente para que os assaltantes não se zangassem. A ordem expressa aos dois vigilantes era: não reagir. Geralmente o mais cobiçado era as armas.

Certo dia, fomos intimados, o vigilante e eu, a comparecer na delegacia para tentar identificar possíveis assaltantes. –Diga que nunca os viu, aconselhei. Mas, ele não se conteve e denunciou-os. A casa dele, na mesma noite, foi alvo de vários tiros. Tivemos que removê-lo para uma cidade distante.

Cansado de ser visitado por assaltantes, fiz proposta ao delegado. Era conhecido como delegado calça-curta, sem formação superior e nomeado por indicação política. Daria 150 litros de gasolina por mês, caso a perua da polícia permanecesse durante o horário do expediente à porta da agência. Nunca mais fui assaltado para o desespero dos gerentes de outros bancos ,porque os bandidos davam preferência àquelas que não tinham vigilância tão ostensiva.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 15/09/2017
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