CULPA. SOFRIMENTO E MEMÓRIA.

Paga-se aqui, no plano terreno, o sofrimento causado aos outros. A espera do “tal inferno”, desconhecido, romanceado, épico no segundo maior monumento literário de todos os tempos, “O Inferno de Dante Aliguieri”, não tenham dúvidas, COMEÇA AQUI.

E tanto é assim que Jesus não prometeu castigo ou penas pela escolha, mas O PERDÃO DO PAI.

Olhem em sua volta e o cenário do que se passa, proximamente ou nas cercanias. Quem fez sofrer já sofre, de alguma forma. Constatem. Chamam isso os juristas de perda da “paz jurídica” e no comum social de perda moral.

A “mora” como se diz em obrigações nas esferas do direito, ou seja, o curso da dívida não resgatada, o atraso em pagá-la, com suas incidências, juros e correções da moeda, começam aqui a serem pagas. Antes da viagem final. O outro lado só após a passagem dessa porta se conhecerá.

É como na “briga” entre criacionismo e evolucionismo. Quem pode contraditar? Nada se sabe integralmente sobre o começo e muito menos sobre depois do fim.

Quem conhece aqueles que fizeram sofrimento de outros e que estão aparentemente confortáveis, na realidade vivem nas prisões da depressão profunda. Queriam outra vida, mas a pena que se abate AQUI pelo que fizeram não permite. Independentes e alegres em suas vidas é possibilidade remota. Pagam JÁ POR AQUI o que fizeram. Não há como fugir.Pagarão,pagam.

Ninguém que fez sofrer pode ser feliz. Há uma justiça distante e etérea que SOBREPAIRA acima de nossas cabeças. Prestem atenção em sua presença. A ninguém que faltou com o amor que deveria ter pode ser beneficiado com amor.

As obrigações foram ignoradas pela falta do amor pleno devido de uns para outros, de entes queridos até seres humanos em geral. O roubo da felicidade dos outros, da calma e dos direitos existentes, fazem o libelo acusatório que vaza da consciência para a visibilidade inconteste. São os ladrões da assistência impositiva, negada, dos prazeres pequenos ou grandes, não deixados viver, da presença obrigatória marcada pela ausência reiterada, da sonegação do afeto que necessitava ser doado, das restrições impostas dos direitos e omissão das obrigações mais primárias e faltantes.

Quem fez sofrer outras pessoas, próximas ou distantes, lhes negando seus direitos quando podia concedê-los, se disso tivessem domínio, formal ou informal, tirando e suprimindo suas felicidades, por vezes pequenas, sem motivação ou causa, por razões de baixo caráter como enfileirados na negatividade, a saber, ausência de solidariedade, supressão de bens materiais em espécie ou fruições, restrições por avareza, vinditas por ressentimentos baixos, paga aqui o início da perda da paz. E paga fortemente.

A memória do que faz e fez sofrer é pouca para lembrar o que fez e faz, se compensam, se colocam em pódios em que nunca estiveram, não se redimem, não reconhecem seus desvios, mas seus sofrimentos indicarão AQUI o início da áspera estrada cujo destino espiritual se desconhece em amplitude.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 14/09/2017
Reeditado em 24/09/2017
Código do texto: T6113972
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