SANTANDER CULTURAL, AINDA DANDO O QUE FALAR
Façam o seguinte: retirem as obras impróprias e que ferem o espírito da Arte e toquem a exposição para frente. Uma obra de Arte que deva ser censurada para crianças não é obra de Arte. Alegam, os defensores das obras em questão, que devam então cobrir os nus da Capela Sistina, ou as esculturas de David, Vênus de Milo, O Pensador, O Beijo, afora as pinturas de nus de Modigliani, Giorgio Vasari, Leonardo da Vinci e muitos outros. A diferença é que essas atravessam os séculos, são imortais e servem de modelo e inspiração para jovens e mesmo crianças, sem que nelas enxerguem ofensa ao pudor... Não sei de nenhuma dessas obras que fira o espírito, apesar de muitas serem para enaltecê-lo, outro tanto o são para deixá-lo inquieto, com o caso de O Grito do norueguês Edvard Munch ou de protestos elegantes em intervenções urbanas como Banksy e o grafiteiro inglês Mobstr, que usam a cidade como tela de pintura. A Arte tem que elevar o ser humano, tem que fazê-lo sentir, pensar, se inquietar, admirar o belo, mesmo que o belo seja feio ou doloroso como O Grito citado. Mas dizer que quadros como estes que foram mostrados são arte é uma enorme discrepância que só tem cabimento na cabeça dos apoiadores de orgias nas festas de algumas faculdades, perfomances das mais duvidosas como as que temos vistos na Internet, sendo a mais vista e mais nauseante a do Grupo Macaquinhos, onde pretensos universitários rodam em circulo explorando o ânus uns dos outros; em outra uma estudante deixa que, em evento público, costurem a sua vulva; outros defecam em via pública sobre cartazes de políticos e outros enviam cruxifixos e imagens reto adentro... Há que se pensar, há que se agir, há que se dar um basta no retrocesso e no avanço da mediocridade. Vamos protestar, sim, é um direito inalienável, mas que o façamos com argumentos, com lógica, com respeito.
Arte é expressão sublime que serve para tocar e enaltecer o espírito, o "qualquer coisa" que a Arte possa ser, como o querem os defensores do descalabro, é escarnecer com o virtuosismo que deve nortear o artista e ser a sua profissão de fé. Arte é preciosidade que só é dada aos "escolhidos" fazê-la. Qualquer tentativa de vulgarizá-la ou degenerá-la é dar razão ao charlatanismo e aos desavisados, que de Arte pouco ou nada entendem...
Armand de Saint Igarapery - textos no Face e no Recanto das Letras
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