SALTADOR DO LODO
Certo dia, assisti a um documentário na Nat Geo Wild no qual pude contemplar a natureza e a sua multiplicidade de espécies. Descobri que existe um tipo de peixe muito interessante, que eu ainda não conhecia. É o chamado peixe "saltador-do-lodo" . Ele consegue passar um longo tempo fora da água.
Com uma visão bem aperfeiçoada, o nome científico deste peixe é Periophthalmus, que significa justamente “que pode olhar ao redor”. Obviamente, essa ótima visão lhe propicia uma noção exata das distâncias. Essa criatura incrivelmente adaptável desloca-se com uma experiente agilidade pela terra através de barbatanas especializadas . Assim, ele é um ser da água e da terra.
Impressiona-me esse artifício da criação, a saber, as adaptações na natureza.
De modo instintivo, cada espécie dá o seu melhor para se adaptar ao meio em que vive. Antecipo que este não é mais um texto para exaltar o naturalismo e , muito menos, o darwinismo. Logo, não sou naturalista. Apenas contemplo a criação e seus artifícios naturais que permitem-na evoluir e subsistir.
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De forma quase análoga, a vida humana requer suas adaptações e inteligência diante das mudanças do meio. Além do instinto de sobrevivência, inerente a toda espécie contemplada com o sopro divino da vida, a pessoa humana deve contar , também, com a sabedoria e usar a liberdade a favor de seu progresso enquanto ser vivente. Precisamos da sabedoria para nos livrar das inundações de tristeza, das águas profundas do pessimismo e seguir em frente, pela terra , no arrastar da vida. Em meio a águas turvas e lama, é necessário olhar para todos os lados e fazer a alegria e o otimismo saltarem do lodo.