Provavelmente
É uma sexta-feira como outra qualquer. Mas é diferente. Os segundos levam horas para passar. O expediente tenso num vai-e-vem infinito de um aeroporto. Olho no celular. 13:45, e contando. Só o que me vem na cabeça: Isabella. Uma mulher (e que mulher) deveras distante. “Mas distante pelo que?”, me diz o meu cérebro que não me permite calar. Talvez por ela ser filha de pastor e ter 4 irmãos. Ou talvez pelo pai ser ex-Coronel da Polícia. Ou por besteira de minha cabeça mesmo.
Fato é: só não penso nela 24 horas por dia porque nas 8 horas que
durmo não estou pensando e sim sonhando. E é cada sonho mais intenso que o outro. Ontem (nosso último encontro em sonho), foi um dos sonhos mais reais de toda a minha vida.
No sonho, a gente estava caminhando de mãos dadas por Brasília. Chegamos em minha casa, estava tocando “Lost Stars”, de Maroon5. Instigante, não? Pois é.Conversa vai, conversa vem e eu resolvo abrir um vinho. Vou na adega e o primeiro rótulo que me aparece é um Gran Bosquet. É hoje, eu penso. Ela chega e me beija com vontade. Fizemos um fondue para comer. Petiscamos ali, bebemos aqui. Eu já não posso me controlar.
Beijo seu pescoço, seu rosto, sua boca e então... Toca o despertador. Não sei o que é pior, ter perdido o horário ou descobrir que aquilo era um sonho. Um lindo,romântico, e sensual sonho. O dia se demora, se esvai e a noite vem chegando como quem não quer nada.Provavelmente a verei no culto de mais tarde. Provavelmente o coração vai palpitar
novamente. Provavelmente passe num piscar de olhos o tempo que mais cedo demorava um milhão de anos para passar. Provavelmente a gente se fale e aquele perfume venha invadir os 7 buracos de minha cabeça. Aquele sorriso meigo, aqueles cabelos ruivos e enrolados, aquele sorriso lindo e inocente provavelmente nunca serão meus. Mas “provavelmente” não quer dizer com “certeza”, assim como “sempre” não quer dizer
“todos os dias”.