QUEM NÃO VIVE PARA SERVIR?

Nesta sociedade tão distinta, muitos estão de um lado a outro em busca de uma luz que os faça crer em uma estrada da vitória. Então podem se enveredar por livros, jornais, opiniões alheias ou em verdades montadas e fabricadas por mídias comerciais. Também lhes chamam a atenção os Intelectuais, personalidades e artistas pela exposição social que ostentam e que em grande parte se tornam espelhos para que as pessoas alcem uma vocação ou mergulhem de cabeça no que lhes possa trazer felicidade e por consequência o sustento. De certo alguns ainda estão encarcerados às amarras do passado, nos verbos ditados pelo tradicionalismo social em que uma profissão ou outra poderá ascender alguém a ser bem sucedido permanentemente.

Todavia com o avanço da alta tecnologia e das comunicações é perceptível que houveram mudanças nos paradigmas e aquele que perdeu o trem do destino já não pode mais compreender a paisagem que lhe aguardava nos trilhos até a ventura final. Essa ideia é na atualidade até quase um martírio para adolescentes que estão em idade de transição para a vida adulta e para a vida economicamente ativa e que por vezes ainda não se descobriram, não sabem ou não tem a certeza sobre o que lhes tocam o coração, sobre o que lhes motivarão para a sensação de glória durante um terço ou quem sabe pela metade da suas existências. De início lembremo-nos do monge budista, pacifista, escritor e poeta Vietnamita Thich Nhat Hanh que nos afirma que “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”.

Vale dizer que escolher a profissão que seguiremos não é tarefa das mais fáceis, pois os jovens tendem a dedicar-se em estudos e devoção ao que verdadeiramente lhes trazem verdade, vontade e potência para o agir. Há algum tempo estivemos em diálogo com um renomado professor e doutrinador em Montes Claros e ele narrou que grande parte dos universitários o interpela sempre e o indaga sobre qual profissão “dá mais dinheiro”. Isto quer dizer que também existe uma boa porcentagem de alunos que estão buscando profissões e esses têm como objetivo ideal apenas a capitalização financeira. Além disso podemos inferir naquele episódio que por vezes não serão profissionais tão dedicados e amantes de sua profissão, porque fazer por fazer ou fazer as coisas somente por dinheiro pode ser em alguns momentos frustrante perante a algumas carreiras e ofícios.

Lado outro podemos compreender que conforme Abraham Harold Maslow, psicólogo americano que explica a hierarquia das necessidades humanas, as pessoas nesse primeiro estágio estão voltadas a suprirem as suas necessidades básicas e por isso nesse patamar apenas se preocupam com o que lhes trará a segurança da sua sobrevivência. Mas do mesmo modo podemos convir que após serem satisfeitas essas necessidades iniciais é possível que tendam a buscar e sanar outras vontades, como a de bem estar, felicidade, realização pessoal. E é aí que que a frustração e o desapontamento com o modo de vida escolhido poderá se encaixar inevitavelmente.

Portanto para que não caiamos em armadilhas que às vezes nós mesmos criamos para nós, será razoável não perder de vista as oportunidades que nos acometem desde a mais tenra infância, seja no esporte, nas artes plásticas, nos estudos formais. De tudo que o pode ser bom ao aprendizado e desenvolvimento intelectual é relevante provar um pouco, seja da leitura de um livro, de assuntos profissionais diversos, cursos temporários à distância ou presencialmente para conhecermos sobre as generalidades das vida. Dessa forma para que possamos de alguma forma ter em mente quais são as ideias que nos intrigam, ou mesmo quais são as ações que nos proporcionam momentos de paz. Na verdade o peso da decisão na maioria das vezes não será fácil. Entretanto é preciso estarmos atentos e seguirmos por uma porta.

Ademais ainda que possamos errar ou mesmo não nos satisfazermos com o que escolhemos, o quanto antes tivermos essa noção, poderemos então a partir dali modificarmos a rota ou mesmo seguirmos mais adiante para compreender ainda mais a nossa missão de vida. Isso para que internalizemos que estamos no mundo para sermos felizes e para ajudar os outros de alguma maneira também a encontrar o seu caminho ou a viverem um pouco melhor. “A mais honrosa das ocupações é servir o público e ser útil ao maior número de pessoas” (Michel de Montaigne). Quando então temos essa percepção que indubitavelmente nossa missão é servir, independentemente da atividade que cada um exercerá, teremos um nobre motivo para viver mais e melhor, porque quando nos apresentamos a que viemos, os outros irão sentir essa necessidade e essa confiança para chegarem até nós porque sabem que ali serão saciados e poderão encontrar paz para poderem continuar.

Michael Stephan
Enviado por Michael Stephan em 03/09/2017
Código do texto: T6103008
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