O Direito de Nascer.
Não sou amigo de novelas, a última que assisti foi " O Direito de Nascer"...
Meia verdade, mesmo que digam que não existe uma verdade partida, não gosto de novelas isso é fato, mas que tenha sido a única ...
Tudo começou com esse dramalhão mexicano, no sentido literal, o "Direito de Nascer" foi escrita para o rádio, por um mexicano chamado Felix Caignet, em 1946, e fez um sucesso enorme no mundo todo, então posteriormente a nossa querida TV Tupi, comprou os direitos de recriar a novela no Brasil, isso em 1964, com os nossos atores, como : Nathália Thinberg ( Maria Helena) , Amilton Fernandes ( Albertinho Limonta) , Isaura Bruno (Mamãe Dolores) , Guy Lopes no papel da mocinha Isabel Cristina, e outros...até o Rolando Boldrin e o Luís Gustavo estavam nessa novela. Muitas crianças da época foram batizadas com o nome Isabel Cristina, era chique demais, rsrss...
Estourou a banca, as ruas ficavam desertas na hora da novela, que durou nove meses, o tempo de gerar uma criança, e manteve 80% dos aparelhos de TV ligados na Tupi.
Foi uma neurose coletiva, quando terminou os atores se apresentaram ao público no Maracanãzinho, no Rio, todos queriam ver de perto " os personagens" da telinha, saber que eram de carne e osso.
Acendeu o estopim, de lá para cá perceberam o quanto o telespectador gostava de uma trama em capítulos, de alguma maneira isso alimentou a alma , levou as pessoas aos sonhos do "tudo é possível", mesmo quando as adversidades conspiram.
Nessa época eu estava com dez anos, e em casa todos assistíam em silêncio, não se ouvia nem a colher de sopa, e às vezes a minha mãe parava a lágrima no avental disfarçadamente, ou a guardava no bolso para o dia seguinte.
Hoje, não tenho a mínima paciência para novelas, como o próprio nome diz : um novelo enrolado, daí o nome , vai se desenrolando e se soltando...mas reconheço que as novelas da Globo são verdadeiras produções de cinema, investem-se fortunas pela audência, dá muita grana, virou a "Indústria da novela".
Não faz mal, guardarei esta recordação da sala da minha casa e a TV em branco e preto com o bombril na antena ,aqui dentro, bem no fundo do meu coração de menino grande.