A MORTE RONDOU PERTO DE MIM

De onde moro até a praia são aproximadamente quatro quilômetros. Costumo caminhar e correr quase todas as manhãs fazendo esse percurso. Ao chegar à praia, nado um pouco, depois me alongo e volto para casa. Para nadar, entro no mar até onde a água chegue um pouco acima da cintura, e vou nadando, não mar adentro, mas ao longo da praia. Tenho feito isso já há bastante tempo sem nenhuma dificuldade. Hoje, porém, a coisa deu errada e não sei como não morri; ou melhor, eu sei.

Quando tentei voltar para terra firme, por mais que eu nadasse não conseguia avançar. A água mais me puxava para trás do que as ondas empurravam para frente. Tentei tomar pé. Não alcancei terra. Continuei nadando. Comecei a ficar cansado. Não conseguia avançar nem colocar os pés no chão, apesar de não estar tão longe da beirada.

Nadei muito em rio. Desde menino. Pescava, remava bote, nadava, mergulhava. Fui criado praticamente dentro d’água. Cheguei a salvar duas pessoas de afogamento – uma delas, meu irmão.

Hoje, 31 de agosto de 2017, não havia ninguém na praia que pudesse me socorrer. Ninguém humano. Mas Aquele que é invisível aos nossos olhos estava presente.

Comecei a sentir medo. Não entrei em pânico, mas não estava muito longe disso quando percebi que não ia conseguir sair. Já estava bastante cansado. Fiquei de costas, boiando, para descansar. Quando as ondas vinham por cima de mim, eu me virava. Precisava continuar nadando, porque, se ficasse parado o mar poderia me arrastar para mais longe ainda. As forças, porém, estavam acabando. O medo aumentou. Senti uma sensação horrível pela expectativa da morte. Então eu gritei: “Jesus, me ajude! Eu vou morrer!”. Gritei mesmo. Várias vezes.

Uma coisa é importante nesses momentos: não desistir. E se confiamos em Deus não desistimos.

As pontas dos meus pés tocaram no chão, mas era muito pouco para conseguir me firmar e me impulsionar para frente. Nadei mais um pouco e tentei novamente. Aí consegui colocar a planta do pé. Mesclado com o medo veio a esperança. “Eu vou sair! Eu vou sair!”. Pouco a pouco fui avançando, o mar me puxando para trás fortemente, como alguém agarrado a mim, querendo-me a todo custo.

Ninguém pode avaliar o alívio e a alegria que senti, quando comecei a dar passos cada vez mais firmes para frente, a água, por fim, capitulando.

Com os braços abertos, quase morto de cansaço, o coração batendo acelerado, as pernas tremendo, agradeci a Deus.

Quero acrescentar que não faço parte de nenhuma denominação religiosa, mas creio em Deus, em Jesus e na Bíblia. Jesus não é propriedade particular de ninguém. Ele não pertence particularmente a ninguém, mas todos pertencem a ele. Foi Ele quem me salvou, porque de mim mesmo não conseguiria.

Isidio
Enviado por Isidio em 31/08/2017
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