E os livros
têm cheiro?
1. Se há uma coisa que me dá um prazer imenso é viver, dia e noite, perambulando por entre os meus livros.
2. Minha biblioteca é modesta, mas acolhedora. Ela hospeda mais de uma dezena de escritores e poetas do mais alto gabarito.
3. Nada me alegra mais do que retornar às crônicas de Rubem Braga, de Affonso Romano de Sant'Anna, de Antônio Maria, de Manuel Bandeira, de Fernando Sabino, de Paulo Mendes Campos, de Ruy Castro, de Machado de Assis e de minha conterrânea Rachel de Queiroz.
4. Alegra-me, igualmente, voltar aos versos de Carlos Drummond de Andrade, de Adélia Prado, de Cecília Meireles, de Vinicius de Moraes, de Mario Quintana e terminar o dia navegando na poesia de Olavo Bilac, Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Olegário Mariano, o poeta das cigarrinhas.
5. Para, afinal, adormecer nos braços das rimas apaixonadas de Castro Alves, relendo versos como estes: "E a noite no mesmo leito/ Reclinada no meu peito/ Hei de ouvir os cantos teus.../ Por cada estrofe bonita/ Do teu seio, que palpita,/ Terás cem beijos... por Deus!".
6. Nas minhas estantes, abri espaço para hospedar o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella. Seus livros, no tamanho, são pequenos. Chegam a passar despercebidos (!?) nas prateleiras das livrarias. Mas são grandes em sabedoria; verdadeiros repositórios de profunda e proveitosa erudição.
7. Mario é aplaudido por leitores de todas as idades; principalmente pelos jovens. Lendo seus livros, ouvindo suas palestras e na sala de aulas esses moços, com facilidade, dele se aproximam.
8. Textos interessantes desse moderno filósofo fazem parte de minhas leituras diárias. Recolho-os, todos, em dez livros seus, que comprei e nunca me arrependi.
9. O que faz o filósofo Mario Sergio Cortella ser muito bem acolhido é sua maneira simples de expor suas ideias e defender suas teses. Seja em seus livros, nos jornais, nas revistas e nos programas de rádio e televisão aos quais comparece com frequência.
10. Mario usa um vocabulário fácil e sadio. Ele é o que eu chamaria de um filósofo ao alcance de todos. Contrariando, aliás, os que têm os filósofos como intelectuais inacessíveis, porque difíceis de serem lidos e entendidos.
11. Escrevendo textos precisos e simples sobre temas aparentemente inacessíveis, Cortella põe por terra a premissa de que Filosofia é matéria para ser tratada por gente de elevado gabarito intelectual ou de incomum inteligência.
12. No capítulo 17 do seu livro Viver em paz para morrer em paz, Mario Sergio discorre sobre um tema nada fácil: a felicidade. Para ele, "a felicidade está no simples, e não no complexo". Para, em seguida, dizer que se sente feliz quando começa "a olhar e a mexer" nos seus seis mil livros.
13. E declara: "Eu olho para cada um deles e me lembro de quando e de por que o comprei, se o li ou não - pois há livros que a gente compra, mas não lê ou só lê um pedaço, mas que a gente compra porque não quer não o ter". Diria que, também sou um cara feliz olhando pros meus livros, incluindo os que comprei, e não li!
14. Ainda no capítulo 17 do livro acima citado, uma constatação do ilustre filósofo me chamou a atenção. Mario admitiu que os livros têm cheiro. Creio que não será fácil acompanhar o nosso filósofo nessa sua curiosa observação.
15. Os livros velhos (não os antigos) têm um cheiro especial adquirido pelo seu tempo de vida e uso. Visitando-se as bibliotecas públicas, por exemplo, já na entrada a gente sente o aroma que só os livros velhos de repente exalam.
16. Há muito anos, li na revista Galileu, que estudos realizados em uma Universidade londrina, confirmaram que livros velhos tinham o cheiro - pasmem! - "de café e chocolate". Meu olfato, reconhecidamente apurado, até a presente data, não captou esses dois perfumes, nos livros velhos, muito velhos, que andei lendo.
17. Encerrando o papo, queria dizer que concordo com o professor Mario Sergio Cortella que não faz distinção entre livros velhos e novos; para ele todos são cheirosos. Por causa da intimidade que tenho com livros de todas as idades, sinto, perfeitamente, que eles, de fato, têm um cheiro inigualável e indefinido. Podem dar risadas.
18. E você, meu dileto leitor, o que acha dessa história? Os livros têm ou não o seu aroma? Diga, comentando esta mal traçada crônica homenageando o Mestre Mario Sergio Cortella e a sua obra, cada vez mais lida e aplaudida.
têm cheiro?
1. Se há uma coisa que me dá um prazer imenso é viver, dia e noite, perambulando por entre os meus livros.
2. Minha biblioteca é modesta, mas acolhedora. Ela hospeda mais de uma dezena de escritores e poetas do mais alto gabarito.
3. Nada me alegra mais do que retornar às crônicas de Rubem Braga, de Affonso Romano de Sant'Anna, de Antônio Maria, de Manuel Bandeira, de Fernando Sabino, de Paulo Mendes Campos, de Ruy Castro, de Machado de Assis e de minha conterrânea Rachel de Queiroz.
4. Alegra-me, igualmente, voltar aos versos de Carlos Drummond de Andrade, de Adélia Prado, de Cecília Meireles, de Vinicius de Moraes, de Mario Quintana e terminar o dia navegando na poesia de Olavo Bilac, Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Olegário Mariano, o poeta das cigarrinhas.
5. Para, afinal, adormecer nos braços das rimas apaixonadas de Castro Alves, relendo versos como estes: "E a noite no mesmo leito/ Reclinada no meu peito/ Hei de ouvir os cantos teus.../ Por cada estrofe bonita/ Do teu seio, que palpita,/ Terás cem beijos... por Deus!".
6. Nas minhas estantes, abri espaço para hospedar o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella. Seus livros, no tamanho, são pequenos. Chegam a passar despercebidos (!?) nas prateleiras das livrarias. Mas são grandes em sabedoria; verdadeiros repositórios de profunda e proveitosa erudição.
7. Mario é aplaudido por leitores de todas as idades; principalmente pelos jovens. Lendo seus livros, ouvindo suas palestras e na sala de aulas esses moços, com facilidade, dele se aproximam.
8. Textos interessantes desse moderno filósofo fazem parte de minhas leituras diárias. Recolho-os, todos, em dez livros seus, que comprei e nunca me arrependi.
9. O que faz o filósofo Mario Sergio Cortella ser muito bem acolhido é sua maneira simples de expor suas ideias e defender suas teses. Seja em seus livros, nos jornais, nas revistas e nos programas de rádio e televisão aos quais comparece com frequência.
10. Mario usa um vocabulário fácil e sadio. Ele é o que eu chamaria de um filósofo ao alcance de todos. Contrariando, aliás, os que têm os filósofos como intelectuais inacessíveis, porque difíceis de serem lidos e entendidos.
11. Escrevendo textos precisos e simples sobre temas aparentemente inacessíveis, Cortella põe por terra a premissa de que Filosofia é matéria para ser tratada por gente de elevado gabarito intelectual ou de incomum inteligência.
12. No capítulo 17 do seu livro Viver em paz para morrer em paz, Mario Sergio discorre sobre um tema nada fácil: a felicidade. Para ele, "a felicidade está no simples, e não no complexo". Para, em seguida, dizer que se sente feliz quando começa "a olhar e a mexer" nos seus seis mil livros.
13. E declara: "Eu olho para cada um deles e me lembro de quando e de por que o comprei, se o li ou não - pois há livros que a gente compra, mas não lê ou só lê um pedaço, mas que a gente compra porque não quer não o ter". Diria que, também sou um cara feliz olhando pros meus livros, incluindo os que comprei, e não li!
14. Ainda no capítulo 17 do livro acima citado, uma constatação do ilustre filósofo me chamou a atenção. Mario admitiu que os livros têm cheiro. Creio que não será fácil acompanhar o nosso filósofo nessa sua curiosa observação.
15. Os livros velhos (não os antigos) têm um cheiro especial adquirido pelo seu tempo de vida e uso. Visitando-se as bibliotecas públicas, por exemplo, já na entrada a gente sente o aroma que só os livros velhos de repente exalam.
16. Há muito anos, li na revista Galileu, que estudos realizados em uma Universidade londrina, confirmaram que livros velhos tinham o cheiro - pasmem! - "de café e chocolate". Meu olfato, reconhecidamente apurado, até a presente data, não captou esses dois perfumes, nos livros velhos, muito velhos, que andei lendo.
17. Encerrando o papo, queria dizer que concordo com o professor Mario Sergio Cortella que não faz distinção entre livros velhos e novos; para ele todos são cheirosos. Por causa da intimidade que tenho com livros de todas as idades, sinto, perfeitamente, que eles, de fato, têm um cheiro inigualável e indefinido. Podem dar risadas.
18. E você, meu dileto leitor, o que acha dessa história? Os livros têm ou não o seu aroma? Diga, comentando esta mal traçada crônica homenageando o Mestre Mario Sergio Cortella e a sua obra, cada vez mais lida e aplaudida.