E NOS DIZEMOS TODOS SERMOS FILHOS DE DEUS.

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Quarta-Feira, 30 de Agosto de 2017

     A relação familiar nesses tempos modernos não anda lá boa das pernas Porque a dispersão de seus membros acentuou-se de maneira exagerada. Mesmo que saibamos que esse processo sempre se deu em todos os tempos.

    Assim é que em certas regiões do país, como no Norte e Nordeste, elas eram muito grandes. Os casais, nessas regiões, costumavam ter muitos filhos, a ponto de algumas possuírem mais de uma dezena deles. O que acarretava condições precárias na criação da prole, porque aquelas regiões não concediam boas condições a todos, pelas dificuldades que todos sabem.

    Devido a isso, a maior parte das famílias viram a grande maioria dos filhos partirem para o Sul/Sudeste, em busca de uma vida melhor. E isso, como sabemos, foi uma coisa normal há décadas atrás. Hoje, com o desenvolvimento daquelas regiões, observa-se muito pouco tal tipo de movimentação.

     Mas esses fatores tiveram importância vital na relação entre todos aqueles que migraram em direção a Rio de Janeiro e São Paulo. Talvez a maior parte nunca mais voltou ao seu torrão natal. E, com isso, muitos nunca mais, também, reviram seus pais e irmãos. Mesmo que pudessem trocar correspondência entre eles, fato que também era raro.

     Dessa forma, com a debandada em direção à melhoria de vida, muitas famílias sofreram diminuição de seus membros. Mas paradoxalmente, um outro fato ocorreu nisso. Os que vieram, formaram as suas próprias , através de casamentos que realizaram, então.

     No entanto, desses, muitos deles não tiveram mais contatos com aqueles que ficaram em suas origens. Daí que a nova família formada também não conheceu seus avôs e tios e primos. E isso pode ser até um fato considerado sem importância, mas não é. Porque os laços fraternos entre os membros de uma família devem ser próximos e frequentes, o que, nessas condições, não ocorreu e nem ocorre, em tempos depois.

     Mas essas situações também criaram muitas outras. E  a principal delas foi ver irmãos se abandonarem mutuamente, alguns por progresso exagerado e outros ao contrário, tiveram mais insucessos do que quando em sua terra natal. E não houve harmonia entre ambos, que buscasse proteger e beneficiar-se uns aos outros simultaneamente.

      Há casos, por exemplo, que irmãos não querem saber uns dos outros, e ainda por cima querem vê-los no infortúnio, mesmo. E essa situação é inexplicável, porque o vínculo consanguíneo é um fator especial na vida de uma família. Mas isso, pelo jeito, só funciona na teoria. Porque na prática, as coisas são muito diferentes.

      Mas um dos fatos que se pode considerar interessante, consiste em ver que quando esses parentes distantes, por alguma razão, se encontram, a manifestação entre eles é a de que fosse o conhecimento de uma pessoa comum e mais nada. Não expressam nem o prazer e nem a alegria de um encontro familiar. Tratam-se como estranhos, quase sempre. Com aquele formalidade comum, nesses casos.

      E para quem possui a condição de religioso, inclusive frequentando locais disso, semanalmente, é de não se entender, mesmo, as razões de tanto descabimento. Mas  o mundo e a vida são assim. Freud e seus pares, bem como os psicólogos e psiquiatras mais novos, não conseguiram e, pelo jeito, jamais o conseguirão, explicar tamanho absurdo. Fazer o quê?

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 30/08/2017
Código do texto: T6099145
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