De tanto ficar, cancei

Por muito tempo eu me preocupei com certos comentários, certos olhares e pontos de vista impostos pela sociedade.

Você é tão careta!

Isso é coisa de velho.

Quem te passou isso?

Mas, você é tão jovem... Estamos no século XXI! Como pode?

Talvez, somente talvez, eu possa ter passado por situações um tanto não favoráveis ao decorrer de minha infância ou em tal transição, que fizesse por me desmotivar do tipo de vida adotada pelos jovens de hoje em dia.

É aquela famosa história: Aprendendo em meio as dificuldades.

Minha senhora, isso não é dom, não é habilidade. É somente uma dádiva conquistada em meio a tempos difíceis.

Revoltado com o amor, relacionamentos, afetividades? Magina!

Ao contrário, amo estar acompanhado, amo ter com quem compartilhar minhas ideias, meus momentos, dar e receber carinho e afetividades mais próximas.

Nem chego a procurar tantas alternativas, estudar meios, tentar entender.

Sou um ser literário, sou mais complicadinho.

Até gosto de funk, pagode, hip hop da nova geração, sertanejo de vez em quando, e tudo mais.

Porém, presto atenção em todas as letras, vivo e entendo as histórias. E, sempre fico a imaginar: Porquê?

O problema não é a mensagem que é passada. Num desses shows de festivais, entendi que o problema não são os cantores, não são as músicas.

Mas sim, o mundo, a sociedade. A desgraça que a sociedade cria aceitando tais atitudes. E pior: Colaborando com os mesmos comportamentos libertinos.

Histórias de alguém, comum.

Essas, que se multiplicam, e se tornam, de alguns.

É só uma história!

Alá, nossa história. Nosso dia-a-dia.

Sua música!

Pessoas que antes não tinham, não sofriam de tal forma com problemas de jovens, hoje sofrem.

Porquê?

Qual o motivo para que tragam tudo isso para suas vidas?

O whatsapp e o Facebook estão acabando com vidas, desfazendo

relacionamentos e casamentos de anos e anos?

Não, o mal uso desses recursos é que estão.

Quero ser jovem, vou sair mesmo, vou me divertir mesmo, dar pt?

Em?

Beijar na boca, sair um pouco.

Normal pra muita gente. E afinal, sempre há um novo dia.

Eu não sei.

Por não poder ter tal contato visual, não faço ideia do que é ter essa experiência de encontrar e ter de olhar para uma bendita pessoa com a qual cheguei a ficar um dia.

Uma, duas, três, perdi as contas...

Comigo a história é diferente. Só de ouvir a voz, já fico incomodado.

Quantas situações desconfortáveis...

Imagine ter de conviver com várias pessoas com as quais você já teve um contato maior, mais íntimo?

Pra mim, não funciona.

Tive três fases.

A de tentar e não conseguir como dizem: "pegar ninguém";

A de conseguir, e não ser bem o que eu esperava;

E, de ser aparentemente fácil, e desinteressar totalmente.

Uso, de pessoas.

São pessoas sendo utilizadas, que possuem memória

Um dia, vai lembrar.

Amanhã, depois, sei lá.

Afetividade, proximidade.

Talvez, somente precise ser sincero. E infelizmente, não consigo passar tudo isso em um mero encontro.

Se for, precisa ser verdadeiro e não um faz de contas.

E se tudo isso se tornar cada vez mais careta com o passar do tempo e tal ato cair em desuso, será um tanto lamentável.

Porém, eu continuarei por aqui.

Alimentando os sonhos daqueles que por ventura, ainda acreditam.

Que, ainda procuram algo mais estável, em meio a tantas tentativas incertas.

E quem sabe, a gente ainda não se encontre numa dessas curvas da vida?

Wenderson Cruz
Enviado por Wenderson Cruz em 29/08/2017
Código do texto: T6098847
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