TRAGÉDIA DA TAM - QUERO GRITAR
Hoje é 16/08/07. Vitimas da tragédia da TAM perdoem meu silêncio, sei que já faz um mês que ocorreu aquele episódio dantesco, diante do qual muitos se revoltaram e clamaram por justiça, desde o primeiro dia. Era de se esperar, mas eu que também fiquei estarecido, fui dominado até agora pelo silêncio, o qual, muitas vezes é só externo, pois por dentro a alma sangra, grita, chora, clama sua inconformidade, mais do que naqueles que conseguem se expressar espontaneamente.
Só hoje consegui respirar melhor, após aquele impacto, que não foi o primeiro anunciado, mas o que fez transbordar o cálice amargo do inconformismo para com a inércia das nossas autoridades. Meu Deus ! Como são demagogos e insecíveis, a ponto de usarem o sangue e a dor de inocentes para proveito próprio. Existem projetos de lei abrangentes e eficazes para resolver quase todos os problemas da população, que aguardam três, quatro, ou mais anos pela sua votação. Mas eles têm coisas mais importantes para resolver, em primeiro lugar, por exemplo: "o aumento dos próprios salários e outros benefícios pesoais (quase dobrando seus ganhos), discutir projetos ou reformas para se manter no poder". Tudo agravado pela destruição da natureza, o mal uso do dinheiro público, a violência desenfreada, a corupção confessada e a impunidade.
A tragédia de Congonhas foi a gota d'água para até travar minhas cordas vocais, sobre esses assuntos, mas agora, minha respiração vai se normalizando e eu QUERO GRITAR mais do que todos.
Naquele dia em que o silêncio me dominou, veio à lembrança (além do acidente da GOL) casos como o do seqüestro e morte do menino descendente de japoneses, na Vila Isabel em São Paulo (Ives Ota), dos jovens Adriana e Felipe cruelmente asasinados em Embú-Guaçú, pelo grupo do "menor" conhecido como Champina, do pequeno João Hélio que morreu arrastado pelo carro dirigido por bandidos nas ruas do Rio de Janeiro, do assasinato do jornalista Tim Lopes, de onibus e carros queimados com pessoas (até crianças) dentro, etc.
Os impostos estão aí nas mãos dos poderosos. Se não fizerem escolas adequadas agora é urgente. Dinheiro tem, não adianta mentir, somos um dos cinco maiores arrecadadores da mundo, que façam as escolas, mas também os hospitais, os presídios, etc. Que, na Justiça, acabem com "foro privilegiado", pois bandido que tem curso superior deve ser punido com pena mais rigorosa, uma vez que sua obrigação de respeitar a lei é maior.
O Ministro Nelson Jobim, seguindo a regra de seus "companheiros" parece já querer se promover com casuísmos e frases de efeitos. Por quê ele não fica quetinho na sua área (parece que era a jurídica não é?). Já chega questionando a quantidade de poltronas nas aeronaves.
Ora, Sr. Ministro o problema urgente não é o conforto, mas "a segurança na malha aérea e nos aeroportos". Chega ! Paises em desenvolvimento (antes se usava a expressão correta: subdesenvolvidos) devem, pelo menos, tentar imitar os desenvolvidos e nestes os cargos mais importantes são ocupados por pessoas capazes e competentes.
Agora, por todas as vitimas dessa irresponsabilidade, por suas famílias e por todos nós que votamos e confiamos em vocês, senhores parlamentares, ministros, governantes, façam algo para salvar nossas vidas e vossa dignidade. QUERO GRITAR, POR UM POVO QUE MERECE RESPEITO !