É HORA DE COLHER
Sempre fui apaixonada pela vida. Vivi/vivo intensamente. Entregando-me de corpo e alma a tudo que acredito. Ousada. Atrevida. Sonhadora. Dessas características creio que conservo apenas uma – sonhadora. O tempo foi me ensinando a esperar, deixar que as coisas aconteçam ou, simplesmente, deixá-las ir. Claro que não abandonei completamente as outras duas, afinal o que seria a vida sem a presença delas?!
Estou aprendendo a olhar a vida com certa racionalidade, mas sem perder a capacidade de sonhar. Creio que estou dosando melhor a emoção e a razão, permitindo que repouse em minh´alma a leveza, uma espécie “desamadurecimento responsável”.
Será que cheguei a idade de colher os frutos? Talvez. Dentre as coisas que (não) sei lembro que sempre procurei ser cuidadosa na escolha das sementes. Procurei jogá-las em lugares onde tivessem a chance de brotar. Reguei-as com afeto e tentei protege-las das ervas daninhas para que não fossem impedidas de romper a fibra da espera ou sufocadas pela ansiedade e não honrarem seu ciclo para cumprir a hora de brotar.
Alimentei minhas semnetes (ou seriam sonhos?) com a cálida aragem das lágrimas que muitas vezes não consegui segurar, fruto de momentos emocionados ou de uma correnteza que libertava o pranto em rios, lavando a alma dos inevitáveis medos, perdas, decepções e despedidas.
Sei que essas mudanças são resultados de uma longa caminhada. Quando estamos subindo a ladeira temos pressa, queremos juntar tudo que pensamos ser necessário para nossa felicidade, mas uma hora precisamos voltar. E é na descida que passamos a observar com mais cuidado a paisagem que nos cerca. Que dedicamos mais tempo para olhar o entorno e voltamos nosso olhar para nós mesmos. Já não temos tanta pressa.
E nossos olhos, desacostumados a pousar sem pressa, percebem que os caminhos são iluminados, grávidos de vida e estufados de sonhos que pulsam, que precisam explodir nos vales da realidade. As flores são coloridas e cheirosas, o verde brota vencendo todas as limitações a sua volta e aquela nossa pressa passa a ser uma imagem desbotada, deixada para trás. As dores, as perdas, as tristezas continuarão existindo, mas já aprenderam a ficar quietinhas e obedientes e desistiram de roubar a cena.
Nessa caminhada, onde a contemplação passa a ser nossa companheira, finalmente temos tempo para ver os frutos rompendo a casca, brotando, ficando pronto para serem colhidos. Doces. Suculentos, cheios do caldo da fé que nos faz acreditar que somos capazes de transformar experiências reais em fantasias possíveis.
Nossas fantasias passam a ser coletivas. Queremos transformar esse mundo hostil em um lugar mais seguro e confiável. Um lugar onde ainda seja possível sonhar e fazer desses sonhos uma doce realidade.
Estou aprendendo a olhar a vida com certa racionalidade, mas sem perder a capacidade de sonhar. Creio que estou dosando melhor a emoção e a razão, permitindo que repouse em minh´alma a leveza, uma espécie “desamadurecimento responsável”.
Será que cheguei a idade de colher os frutos? Talvez. Dentre as coisas que (não) sei lembro que sempre procurei ser cuidadosa na escolha das sementes. Procurei jogá-las em lugares onde tivessem a chance de brotar. Reguei-as com afeto e tentei protege-las das ervas daninhas para que não fossem impedidas de romper a fibra da espera ou sufocadas pela ansiedade e não honrarem seu ciclo para cumprir a hora de brotar.
Alimentei minhas semnetes (ou seriam sonhos?) com a cálida aragem das lágrimas que muitas vezes não consegui segurar, fruto de momentos emocionados ou de uma correnteza que libertava o pranto em rios, lavando a alma dos inevitáveis medos, perdas, decepções e despedidas.
Sei que essas mudanças são resultados de uma longa caminhada. Quando estamos subindo a ladeira temos pressa, queremos juntar tudo que pensamos ser necessário para nossa felicidade, mas uma hora precisamos voltar. E é na descida que passamos a observar com mais cuidado a paisagem que nos cerca. Que dedicamos mais tempo para olhar o entorno e voltamos nosso olhar para nós mesmos. Já não temos tanta pressa.
E nossos olhos, desacostumados a pousar sem pressa, percebem que os caminhos são iluminados, grávidos de vida e estufados de sonhos que pulsam, que precisam explodir nos vales da realidade. As flores são coloridas e cheirosas, o verde brota vencendo todas as limitações a sua volta e aquela nossa pressa passa a ser uma imagem desbotada, deixada para trás. As dores, as perdas, as tristezas continuarão existindo, mas já aprenderam a ficar quietinhas e obedientes e desistiram de roubar a cena.
Nessa caminhada, onde a contemplação passa a ser nossa companheira, finalmente temos tempo para ver os frutos rompendo a casca, brotando, ficando pronto para serem colhidos. Doces. Suculentos, cheios do caldo da fé que nos faz acreditar que somos capazes de transformar experiências reais em fantasias possíveis.
Nossas fantasias passam a ser coletivas. Queremos transformar esse mundo hostil em um lugar mais seguro e confiável. Um lugar onde ainda seja possível sonhar e fazer desses sonhos uma doce realidade.
Este texto faz parte do Exercício
Criativo "Descendo a Ladeira",
para conhecer outros textos acesse:
http://encantodasletras.50webs.com/descendoaladeira.htm
Criativo "Descendo a Ladeira",
para conhecer outros textos acesse:
http://encantodasletras.50webs.com/descendoaladeira.htm