Simplicidade!

Nesta sociedade chamada de pós-moderna o homem busca intensamente uma vida sofisticada que lhe proporcione imenso prazer. Ele quer estar no topo. Busca intensamente o prazer pelo prazer. Pagar qualquer preço para ser ovacionado e ‘curtir’ a vida. O homem faz de tudo para sofisticar relacionamentos. Cria etiquetas para viver em sociedade. Gasta horrores para celebrações vazias e extravagantes. Estragam comidas das mais sofisticadas. Gastam rios de dinheiro para adquirir casas e carrões cinematográficos. Casam hoje e se divorciam amanhã banalizando o casamento – instituição criada por Deus para durar até que a morte os separe. Vivemos num tempo de muitos contrastes na sociedade. Tenho a impressão que muitas igrejas estão buscando o conforto nos templos, enclausuradas como um grupo de monges, alienadas da dura realidade da pobreza, dos vícios, da pedofilia, da prostituição infantil, das doenças, da imoralidade, etc. Caímos no grande erro de estabelecer igrejas segmentadas como se igreja fosse de classe pobre, média ou rica. Pastores almofadinhas, mauricinhos da religião, que não entram em favela, não atende pessoas pobres e estão aí na TV pregando o que pensam e voando nos seus jatinhos particulares ou alugados. Homens que impressionam os incautos, os fracos e os emocionalmente manipulados. Um bando de bajuladores investindo nesses homens que estão totalmente fora da realidade de miséria e pobreza em muitos lugares deste imenso Brasil.

Quando olho para Jesus, o vejo sensível aos miseráveis, pobres, cegos e nus. Jesus sempre se importou com os párias da sociedade. Ele curou aleijados, cegos, leprosos, perdoou a adultera arrependida, ressuscitou mortos, pregou o evangelho do Reino, ensinou que o amor supera tudo, inclusive o preconceito que existe em tantas igrejas chamadas evangélicas onde maltrapilhos não entram. Jesus não tolerava os almofadinhas da religião – os escribas, saduceus e fariseus. Ele os condenava veementemente e os chamava de sepulcros caiados, de hipócritas. Eram bem trajados, bonitos por fora, mas por dentro eram podres, mal cheirosos. Como precisamos aprender com o Mestre a ser humildes e mansos de coração; a chorar com os que choram; a levar as cargas e não os cargos uns dos outros; a abençoar os que nos amaldiçoam; a amar os que nos odeiam; a repartir o pão, o espaço, a fé, a alegria com os mais necessitados; a verdade com os que vivem no erro; a convicção com quem vive de opinião; a mostrar o caminho com quem está perdido. Sim, Jesus era simples. A Sua vida era uma vida de autenticidade. Vida de integridade.

Num tempo de tanta falsidade e falsa religiosidade, precisamos reafirmar o genuíno evangelho da graça, o evangelho da cruz. Pregarmos a suficiência de Cristo para todo o que crê. Vivermos a simplicidade de Jesus em nossos relacionamentos – amando os que nos odeiam e perdoando os que nos ofendem. Fazermos isto de todo o nosso coração. Dia a dia precisamos olhar para Jesus, o Autor e o Consumador de nossa fé (Hb 12.1,2). Ensinar que o justo por sua fé viverá (Rm 1.17). A Igreja precisa vivenciar a simplicidade de Jesus. Igreja que pratica as atitudes e os atos de Jesus e não uma teologia da prosperidade que quer fazer barganha com o Senhor . Uma Igreja comprometida com todo o evangelho. Que seja corajosa neste mundo que jaz no maligno. Uma igreja que prega contra toda e qualquer forma de erro, comprometida com os ensinos de Jesus nos evangelhos. Uma igreja constituída de homens e mulheres cheios do Espírito Santo, vivendo um amor extravagante. Que aja neste mundo como sal e luz. Comunidade de discípulos de Jesus, vivendo diariamente a Sua simplicidade. Que o Senhor nos livre do preconceito, da mesmice, da acomodação, do anonimato, da alienação e da conivência com os homens maus e muitos deles estão na liderança do país. Que sejamos simples como Jesus, que estejamos na contramão de tudo o que está aí – a corrupção, o tráfico de influência, a violência, a imoralidade, a mundanismo e tudo aquilo que destoa dos princípios do Seu evangelho. Que sejamos uma igreja comprometida com a ética, com o evangelismo inteligente e com a expansão missionária a partir de um ensino centrado nas Escrituras.

Jesus nos ensinou que devíamos ser simples como as pombas e prudentes como as serpentes, isto é, sermos como Ele. Como nos ensina João, “a andarmos como Ele andou” (1 João 2.6). O Pai se agrada muitíssimo quando buscamos a semelhança com o Seu Filho Jesus, quando vivemos a Sua simplicidade neste mundo ‘sofisticado’ e alienado. Sim, vivermos a simplicidade que ama, perdoa, abençoa, encoraja, edifica, fortalece, reparte, inspira, motiva, alimenta, ora, enfim, faz tudo o que Ele ensinou. Sigamos e sirvamos a Cristo com a Sua simplicidade. Busquemos uma vida simples, uma vida cheia de atitudes e ações que realmente valem a pena. As pessoas no mundo precisam ver Cristo, a Sua simplicidade e o Seu amor em nós. Sejamos como Ele. O Pai pelo Espírito tem todo o poder para nos fazer assim. Que realmente assim seja para a Sua Glória!

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 26/08/2017
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