Erotismo: dá vontade
Por mero capricho, apostamos eu e um amigo que não seria capaz de escrever um conto erótico. Não neste Recanto, mas num site especializado onde o erotismo passa longe, e a pornografia, de alto ou baixíssimo nível, impera.
Escrevi o conto. Pesei, avaliei seu conteúdo. Linguagem correta, construção sólida, sem rodeios, sai um conto razoável. Em seguida, escrevo-me no site, considerado o melhor e mais famoso em língua portuguesa. Como não poderia deixar de ser, o nível é baixo, muito baixo, baixíssimo. Usei nome falso, claro, não vou me 'queimar'.
Vou eu com o meu conto. Aprovado, sai em um dia no rol de contos do site. Isto tem cinco anos. Uma escrita bastante limitada, mas nos termos gerais em que devem estar pautados os contos. Estamos em 25 de agosto de 2017. As leituras do referido somam, desde a sua postagem, quinhentas e três mil e poucas, ou seja, na média, cem mil leituras por ano. Em termos literários, best-seller de extremo sucesso.
Não posso publicar, é pornográfico mesmo. A média de leituras diárias varia em torno de cento e trinta (130). Tudo isso num curso de cinco anos consecutivos. Então, eu me pergunto: de que me serve isso? Fazer uma série de outros e publicar? Não parece boa ideia, ainda que esteja sob nome falso, feminino, tem essa!
A ideia não me agrada, mesmo sabendo, e já li, “A Casa dos Budas Ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro. Um só conto com 500 mil leituras? Em cinco anos? Que faço eu? Aí bate a dúvida dolorosa. Publiquei, pela Protexto, um livro muito bem trabalhado, “Casarão”. Foi retirado do rol das publicações, vendia pouco. Todos os meus livros hoje estão na amazon.com. Não se perdem.
Uma ajuda, por favor. Escrevo um livro e tento a publicação?