TROCAR OU CONSERTAR?

 

            As coisas de antigamente, em geral, para a maioria das pessoas, são melhores do que as coisas de hoje. Notamos isso quando adquirimos determinados produtos, sejam eletrônicos, eletrodomésticos, enfim, a impressão que fica, é que os produtos antigamente duravam mais tempo dos que os de agora. Não é difícil encontrar pessoas que, pelo menos uma vez na vida, que não tenha comprado um determinado produto que durou apenas o tempo de sua garantia. Eu sempre me deparo com situações onde as pessoas dizem: “ A garantia era de um ano, quando foi um ano e um dia, deu defeito.”  Quem sabe alguém possa pensar que tal coisa seja exagero, ou mesmo um tipo de mito, mas a verdade é que não é.

            Observando essas coisas, eu fiquei pensando, se realmente existe alguma coisa realmente de concreto nesses acontecimentos, onde determinadas coisas duram apenas o período da garantia, logo depois, quebra. Quando isso acontece, para muitos, é preferível comprar um exemplar novo do objeto quebrado, do que mandar para o concerto, uma vez que consertar o que está quebrado é quase o valor de um novo. Observando essas coisas tão comuns hoje em dia, é realmente para se ficar desconfiado. Parece até que as indústrias de eletroeletrônicos fazem de proposito, somente para vê-lo gastar com um novo. Antigamente se consertavam as coisas quebradas, hoje em dia, joga-se fora, e compra um novo.

            Em uma analise mais minuciosa em nossa sociedade, essa coisa de trocar o quebrado pelo novo, estendeu-se inclusive para o casamento. Na época dos nossos avós, tanto para homens como para mulheres, consertava-se o que estava de errado, adequando-se a realidade do casal. Se o homem tivesse muitos defeitos, muitas manias e etc, a mulher com jeito e paciência, chegava o camarada nos eixos, e vise e versa. Mas hoje... Parece ser diferente, basta vermos os números de divórcios que cresce a cada dia para notarmos que tanto homens como as mulheres, não estão com paciência para tolerarem certas manias e costumes. Vendo isso, fica a pergunta, qual verdadeira causa para tal coisa estar acontecendo? A resposta fica a critério de cada um, essa é apenas uma observação minha.

            Continuando com a minha analise; assim também é na vida do trabalhador, principalmente dentro das empresas. Eu sei que muitos que estão lendo essa crônica, com toda a certeza concordaram comigo. O número de desempregados cresce assustadoramente em nosso país, e a maioria dos trabalhadores demitidos, assim como este que vos escreve, foi sumariamente descartado da folha de pagamento, jogado fora mesmo. Verdade seja dita, nos só temos valor enquanto estamos com saúde, basta adoentarmos para sermos deixados de escanteio. É o que estou tentando sempre dizer, muitos preferem jogar fora, e adquirir um novo do que mandar consertar. É esquisito dizer isso, mas eu me sinto como um produto velho e defeituoso, que foi jogado na lata do lixo. Durante quinze anos, quinze longos e duros anos, trabalhei incansavelmente, mas bastou eu ficar doente, bastaram quatro parafusos na coluna lombar, e fui deixado de lado.

            A cada dia que passa, a cada novidade que chega, fica mais perceptível essa realidade; de que vivemos na era das trocas. Isso poderia ter seu lado positivo também, uma vez que, ao iniciar as eleições para presidente, levassemos essa máxima em consideração, de que é melhor trocar, do que manter o que está lá. Imagine os senhores, por um segundo apenas imaginem, tentem vislumbrar, se cada um resolvesse votar em alguém completamente desconhecido, tirando da jogada os corruptos conhecidos... Seria algo interessante de se ver. Quem sabe meus amigos, que essa mania de trocar tudo, também seja aplicada nas urnas eletrônicas da próxima eleição. 

           

 

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 22/08/2017
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