OS VELHOS

Idosos - é uma palavra melhorzinha do que a de..velhos. O pessoal hoje vive mais, na chamada terceira idade ou melhor idade. Hummm...sei não. Melhor só se for para o plano de saúde aqui no Brasil - o número de idosos cresceu num país necessitado de braços jovens - até Idosos certo ponto. Parece-me que a experiência e a dita sabedoria ou não contam, ou a vida estrangulada em que vivemos nos impede de tratar melhor nossos idosos. E há o dito preconceito –em especial no Brasil. Um país onde todos devem ser jovens bonitos, “sarados” impecáveis. Se você ousar dizer que é preconceito ou “bullying”, chamar alguém de velho, ou tiozão, ou senhorinha, dirão que não tem espírito esportivo, tá velho Idosos - é uma palavra "melhorzinha" do que a de..velhos. O pessoal hoje vive mais, na chamada terceira idade ou melhor idade. Hummm...sei não. Melhor, só se for para o plano de saúde aqui no Brasil - o número de idosos cresceu num país necessitado de braços jovens - até certo ponto. Parece-me que a experiência e a dita sabedoria ou não contam, ou a vida estrangulada em que vivemos nos impede de tratar melhor nossos idosos. E há o dito preconceito –em especial no Brasil. Um país onde todos devem ser jovens bonitos, “sarados” impecáveis. Se você ousar dizer que é preconceito ou “bullying”, chamar alguém de velho, ou tiozão, ou senhorinha, dirão que não tem espírito esportivo, tá velho deixa, gente velha é chata pra burro, sempre contam as mesmas histórias, não ouve mais nada, só fala em doença, será que está com Alzheimer? É um país voltado para o sol, o verão a nudez, a luz, não é para os denominados...velhos. Não é. Não há a cultura do respeito por anos e anos passados ao lado dos familiares, por vezes distribuindo a aposentadoria minguada para o neto que precisa inteirar a prestação do carro. Com o tempo, vão sendo confinados em quartos afastados, como não ouvem, vão se tornando pálidas figuras que passam pelos corredores, por vezes ouvimos o arrastar lamuriento de suas chinelas, a canção cantada baixinho, o crochê no criado-mudo, o olho lacrimejante, o olhar para velhas fotos de um amarelado birrento e a constatação pouco salutar, já está mexendo nessas velharias é?? Depois fica tudo bagunçado, vê se toma um banho direitinho tá, vem gente visitar, não vá começar a falar em doença ou quando era mocinha viu, viu? Pensando bem é até melhor que fique no quarto mamãe, eu digo que está indisposta certo, ouviu? Os idosos ouvem, sentem, riem, choram, lembram-se, emocionam-se entristecem-se – como os mais jovens – igual – nem mais, nem menos -Nem sequer imaginemos que são seres de outro planeta que podem por vezes ficar à mercê de pretensas cuidadoras que só cuidam delas mesmas. Exceções? Sim mas o desconforto e a amargura de ficarem sós contribui para que as moléstias que espreitam o corpo cansado, iniciem sua jornada infernal – Todos nós ficaremos velhos...idosos –todos – É importante e que se pense nisso –muito importante –Como queremos ser na velhice? Alegres, despojados, independentes, criativos, atuantes? Todos nós queremos essas vantagens. Temos que também fazer nossa parte –Nesse momento, a fé seja no que for, pode auxiliá-lo. A esperança. E ainda que somente, para alguns, o estar vivo. Uma ideia me passa pela cabeça e me olha divertida. Atuante, eu pergunto. A ideia olha pela janela e sorri, sim atuante. Mas como como? Claro, claro, se colocarmos os mais idosos em trabalhos que sejam voltados para meio período e alguns com tarefas menos ágeis e menos comprometedoras, teremos um pessoal ainda apto a auxiliar a sociedade e a economia. É de se pensar em projetos desse tipo - assim que o Brasil não se deslocar como uma nau se rumo - e que a ganância e o poder infames conseguirem se evaporar - quando isso? Não sabemos - nessa hora os que creem, terão que reforçar a fé. Muita fé. E certa atenção para com o remorso que nos corrói a alma aos pouquinhos.