O Cômico e Cult do Festival de Teatro
 
 
O Festival Nacional de Teatro do Instituto Curupira – Barbacena teve seu lado denúncia  apresentando a dramaticidade de presídios  e marginalizados. Teve também seu aspecto cômico:  do deboche, riso ao cult.
 
Com o espetáculo “Isso Dá Samba” a Gene Insano Companhia de Teatro fez sua crítica social de forma bem irreverente  criticando a política do momento e os absurdos da religiosidade. Nada e ninguém escaparam de sua cômica ácida e mordaz arrancando risos da platéia. A cena apresentada pelos atores foi dominada com seus discursos irônicos, folhas de pasquins, maquiagem e idumentárias que nos remetiam ao mundo  de seitas, denominações regiosiosas  e sincretismo cultural.
 
A Cia Isabella Assis e Sartre apresentou  o  espetáculo “Ela não é Simone. Ele não é ninguém.” A proposta surgiu do nome do ator e dramaturgo, cujo pai querendo homenagear o filósofo deu nome ao seu filho.
 
A cena é dominada pelas falas dos persongens vividos pelo  ator e atriz, que também sonha e delira segundo o imaginário feminino e em uma  suposta terapia freudiana. Toda possibilidade de áudio, cenário e luminação complementam o talento da dupla para narrar sua história de drama e comédia. A plateia ondula no humor bipolar da personagem e acaba, por vezes, gargalhando do drama encenado com sua comédia implícita.
Tudo muito criativo e com muitas possibilidade de recursos  que o enredo oportunizou. Bravo!
 
 
O espetáculo “Francisco, um santo sem órgãos” da Cia. Teatro Vivo apresenta a história de São Francisco em um monólogo. O drama do santo partiu da pesquisa do ator quando este queria estudar Machado de Assis. A ferramenta de pesquisa da internet lhe apontou por acaso, a     partir  do sobrenome “Assis”,  a história do santo medieval  com a fundação da ordem religiosa e de sua paixão por Santa Clara.
 
O  lado cult do festival seguiu   com   o   espetáculo “A Terceira Margem do Rio: a de Dentro”. Foi    a    proposta apresentada pela Cia Teatral Letras de Rosa.

O cenário, a   trilha sonora, a   transmutação   e   interpretação do ator foram marcas indeléveis para este espetáculo que propunha um estudo da psique mineira através de estudo de Guimarães Rosa. Aplausos!

Outra  vertente da Trupe Investigativa Arroto Cênico  foi mostrada com o espetáculo “Francisca: uma casa enlutada”. A companhia é formada apenas por homens. Foi feita  a releitura de “A Casa De Bernarda Alba de Federico García Lorca. O   elenco sem maneirismo apresentou   o   imaginário oprimido do mundo feminino    em    uma sociedade sexista.
 
O Instituto Curupira – Barbacena desta forma se fez presente   e   mostrou sua capacidade de nos apresentar talentos e brilhos do teatro. Parabéns!
 
 
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 04/08/2017
 
 
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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 19/08/2017
Reeditado em 26/08/2017
Código do texto: T6088409
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